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REVISÃO DO ACORDO
Horst Köhler deve se encontrar com equipe de transição e fazer consultas sobre meta de superávit
Nš 1 do FMI vem ao Brasil em dezembro
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional),
Horst Köhler, virá ao Brasil no começo de dezembro para reuniões
com a equipe econômica do atual
governo. Provavelmente, ele terá
também encontros com a equipe
de transição do presidente eleito,
Luiz Inácio Lula da Silva.
Köhler acertou sua vinda ontem, numa ligação para o Ministério da Fazenda, em Brasília. Ele
vai aproveitar um giro que fará
por países da América do Sul no
próximo mês.
A expectativa é que, nessa viagem, o diretor-gerente faça algumas consultas com a equipe de
transição sobre como ficarão as
metas do acordo do governo brasileiro com o Fundo.
Ontem, ocorreu a primeira reunião dos técnicos do FMI com o
ministro Pedro Malan (Fazenda)
e sua equipe. Hoje, haverá reuniões nos ministérios da Previdência Social e do Planejamento.
Está previsto para amanhã encontro com o presidente do Banco
Central, Armínio Fraga.
A reunião da missão com o
coordenador da equipe petista de
transição, Antônio Palocci Filho,
será na próxima semana. Ontem,
disse que a missão do FMI tem o
objetivo de fazer uma "avaliação"
do acordo entre o país e o organismo, não uma "revisão" do acordo
fechado em agosto.
Palocci, que deve representar
Lula nas discussões com o Fundo,
é contra a elevação das metas fiscais estipuladas no acordo. O PT
diz que as negociações deste mês
serão de exclusiva responsabilidade do atual governo -o partido,
se convidado, se limitará a "dialogar" com a missão.
A missão ao país, liderada pela
primeira vez pelo argentino Jorge
Marquez-Ruarte, é a mais numerosa dos últimos anos. Além de
Ruarte, vieram o ex-chefe da missão brasileira Lorenzo Perez e outros 11 técnicos do Fundo.
Depois de passar por São Paulo,
onde conversaram com executivos do mercado financeiro, os técnicos do FMI chegaram a Brasília
incumbidos de analisar o comportamento dos números da economia brasileira desde que o
acordo foi fechado.
Apesar de vários indicadores terem piorado de lá para cá -dólar
e juros subiram, a inflação aumentou e a relação dívida/PIB
cresceu-, a revisão, no entanto,
não deve ocorrer agora e deve ficar para depois que tiver sido indicada a equipe econômica do
próximo governo.
Discussões para 2003
Tanto o atual governo quanto a
equipe do presidente eleito já declararam que preferem que as discussões sobre eventual elevação
da meta de superávit primário
(economia de receita para o pagamento de juros da dívida) fiquem
para fevereiro de 2003.
Segundo a Folha apurou, o próprio FMI já admite deixar para o
ano que vem as negociações em
torno do superávit.
Assim, a segunda parcela -de
US$ 3 bilhões- do empréstimo
de US$ 30 bilhões acertado com o
país deverá ser liberada sem
maiores complicações no mês
que vem. Do total do empréstimo,
US$ 24 bilhões serão sacados somente ao longo de 2003, já na administração do futuro presidente.
Na semana passada, Malan afirmou que não seriam discutidas
alterações na meta de superávit
primário nos dias em que a missão estivesse no Brasil.
A meta para 2003 foi estabelecida em 3,75% do PIB. O governo e
os petistas argumentam que, até
fevereiro, a situação econômica
poderá melhorar.
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