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ESTATAIS
Presidente da Eletrobrás quer mais recursos para investir em 2004
Pinguelli critica Tesouro e pede mudança no superávit
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tesouro Nacional está inibindo os investimentos no setor elétrico, segundo o presidente da
Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa.
Ele discorda da maneira como,
desde o governo passado, vem
sendo contabilizada a contribuição da Eletrobrás para o superávit
primário de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto).
Segundo Pinguelli, ao separar a
contribuição de Itaipu e da Eletrobrás - sua controladora- ao superávit primário, o Tesouro reduziu em R$ 1 bilhão a capacidade
de investimento da estatal neste
ano. "Temos de fazer o superávit
primário, mas o setor elétrico precisa de investimentos, senão faltará energia", afirmou.
Em 2003, a meta de superávit
primário da Eletrobrás é R$ 1,5 bilhão. Já Itaipu está contribuindo
com US$ 1,6 bilhão (cerca de R$
4,5 bilhão). Juntas, as duas empresas estão repassando ao Tesouro
R$ 6 bilhões neste ano.
"Não questiono a necessidade
de fazer o superávit para pagar as
dívidas herdadas pelo governo,
nem o acordo com o FMI [Fundo
Monetário Internacional]", diz.
No entanto, ele considera exagerada a conta paga pela estatal
do setor elétrico, frente à contribuição da Petrobras. "A Petrobras, que é uma empresa muito
maior, contribui com R$ 7 bilhões
para o superávit", observa.
Pinguelli já manifestou sua discordância ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da
Fazenda, Antonio Palocci Filho.
Chegou a propor que, para o ano
que vem, seja consolidada a meta
de superávit primário de Itaipu e
da Eletrobrás e reduzido seu valor
de R$ 6 bilhões, para R$ 4 bilhões.
Mesmo que fossem liberados os
R$ 2 bilhões reivindicado por Pinguelli, os investimentos chegariam à metade do necessário para
a expansão da geração de energia.
O setor terá de investir R$ 9 bilhões por ano, a fim de evitar nova
crise de abastecimento em 2007.
Por isso, há vários meses, o presidente da Eletrobrás vem tentando aumentar os recursos destinados a investimentos pela empresa.
Uma de suas reivindicações era
que o novo acordo com o FMI revisse os critérios de contabilização
dos investimentos das estatais.
Uma possibilidade que chegou
a ser cogitada foi a exclusão de
parte dos gastos da Eletrobrás, como acontece hoje com a Petrobras, do cálculo do superávit. Mas
na proposta de acordo com o
FMI, o setor elétrico perdeu o lugar para o de saneamento que deverá absorver os US$ 2,9 bilhões
de superávit excedente deste ano.
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