São Paulo, domingo, 13 de novembro de 2005

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Governo investe de forma lenta, reclama o setor

DA SUCURSAL DO RIO

Enquanto as concessionárias privadas investiram R$ 6 bilhões na malha ferroviária de 1997 a 2004, os recursos orçamentários dos governos para a área somaram apenas R$ 500 milhões.
O ritmo lento de aporte de recursos públicos é a principal queixa da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).
"A lentidão nos preocupa, porque a criatividade vai se esgotar e ficaremos parados nos 24% de participação na matriz de transportes", afirma o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça.
De acordo com os contratos de concessão, as empresas ficam obrigadas a investir na recuperação e na modernização da malha e em material rodante por 30 anos. O que Vilaça cobra é uma participação governamental mais efetiva na resolução de entraves nas linhas ferroviárias e na expansão do sistema.
Dados da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) mostram que a carga transportada por ferrovias passou de 305 milhões de toneladas úteis em 2001 para 378 milhões no ano passado.
A produção do transporte também evoluiu, de 162 bilhões de toneladas por quilômetros úteis para 206 bilhões no período.
Outros indicadores, como investimentos, redução no número de acidentes e quantidade de vagões produzidos pela indústria nacional, reforçam o vigor do setor. Em 2002, por exemplo, foram produzidos 294 vagões. No ano passado foram 4.500. A expectativa de encomendas para 2006 é superior, de 8.000 vagões.
Vilaça confirma o bom momento da indústria, mas ressalta que ainda há muito a ser feito. "As ferrovias estão com resultados expressivos, mas o governo precisa cumprir a sua parte. Só que seus representantes dizem que não precisamos de mais nada", critica.
A previsão orçamentária do governo federal para o setor no próximo ano é de R$ 50 milhões. Vilaça diz que seriam necessários, pelo menos, R$ 200 milhões.
"Os investimentos do governo têm de ser feitos com rapidez, para elevar a participação da matriz ferroviária e baixar o custo das exportações", diz Vilaça, referindo-se principalmente a minério, siderurgia e soja. (LB)


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