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Governo investe de forma lenta, reclama o setor
DA SUCURSAL DO RIO
Enquanto as concessionárias privadas investiram R$ 6
bilhões na malha ferroviária
de 1997 a 2004, os recursos
orçamentários dos governos
para a área somaram apenas
R$ 500 milhões.
O ritmo lento de aporte de
recursos públicos é a principal queixa da ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários).
"A lentidão nos preocupa,
porque a criatividade vai se
esgotar e ficaremos parados
nos 24% de participação na
matriz de transportes", afirma o diretor-executivo da
ANTF, Rodrigo Vilaça.
De acordo com os contratos de concessão, as empresas ficam obrigadas a investir na recuperação e na modernização da malha e em
material rodante por 30
anos. O que Vilaça cobra é
uma participação governamental mais efetiva na resolução de entraves nas linhas
ferroviárias e na expansão
do sistema.
Dados da ANTT (Agência
Nacional de Transportes
Terrestres) mostram que a
carga transportada por ferrovias passou de 305 milhões de toneladas úteis em
2001 para 378 milhões no
ano passado.
A produção do transporte
também evoluiu, de 162 bilhões de toneladas por quilômetros úteis para 206 bilhões no período.
Outros indicadores, como
investimentos, redução no
número de acidentes e
quantidade de vagões produzidos pela indústria nacional, reforçam o vigor do
setor. Em 2002, por exemplo, foram produzidos 294
vagões. No ano passado foram 4.500. A expectativa de
encomendas para 2006 é superior, de 8.000 vagões.
Vilaça confirma o bom
momento da indústria, mas
ressalta que ainda há muito a
ser feito. "As ferrovias estão
com resultados expressivos,
mas o governo precisa cumprir a sua parte. Só que seus
representantes dizem que
não precisamos de mais nada", critica.
A previsão orçamentária
do governo federal para o setor no próximo ano é de R$
50 milhões. Vilaça diz que
seriam necessários, pelo menos, R$ 200 milhões.
"Os investimentos do governo têm de ser feitos com
rapidez, para elevar a participação da matriz ferroviária
e baixar o custo das exportações", diz Vilaça, referindo-se principalmente a minério,
siderurgia e soja.
(LB)
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