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Tele faz assembléia hoje para votar mudança acionária
DA SUCURSAL DO RIO
A Telemar realiza hoje, no
Rio, a assembléia extraordinária de acionistas para votar a
proposta de reestruturação do
capital da empresa, que, se
aprovada, eliminará a figura do
sócio controlador. Pela proposta, todas as ações preferenciais
(sem direito a voto) serão convertidas em ordinárias e terão
direito a voto.
Dois fundos de investimento
estrangeiros -Brandes Partners (Estados Unidos) e Genesis (Reino Unido)- já declararam que votarão contra a oferta, porque consideram injusta a
relação de troca entre ações
preferenciais e ordinárias proposta pela empresa: 2,6 ações
preferenciais serão convertidas
em uma ação ordinária.
A Amec (Associação dos Investidores do Mercado de Capitais) divulgou nota de apoio à
reestruturação, mas com crítica à proporção de troca entre
preferenciais e ordinárias. O
superintendente da entidade,
Edson Garcia, diz que a relação
de troca é injusta com o "preferencialista". A entidade recomenda que os acionistas reflitam bem antes de tomar a decisão. A Amec tem entre seus associados os bancos Itaú, ABN,
Brascan e Bradesco.
Segundo Marcos Duarte, sócio da Capital Management, as
ações preferenciais representam hoje 57% do capital total da
empresa e serão diluídas para
36% na nova estrutura. Para
ele, a proposta favorece os
atuais controladores: BNDES,
fundos de pensão, grupos La
Fonte, AG Telecom e GP Investimentos.
Só os detentores de ações
preferenciais poderão votar na
assembléia. A expectativa do
mercado financeiro é a de que
não seja alcançado o quórum
mínimo exigido, de 50% dos
acionistas. Nesse caso, haverá
nova convocação, com o mesmo quórum. Na terceira convocação, o quórum diminui para
25% dos acionistas. A Telemar
reservou a casa de shows Scala,
no Leblon (zona sul do Rio), para acomodar os acionistas, na
eventualidade de um comparecimento maciço.
O presidente da Telemar,
Luiz Falco, diz que se reuniu
com investidores em vários
países e nenhum deles teria dito qual proporção considerava
justa. "Nenhuma outra proposta seria considerada boa", disse.
Afirmou ainda que, se a pulverização for aprovada, o BNDES
ficará com 8% do capital total e
será o maior acionista. Na semana passada, o banco aprovou
financiamento de R$ 2,4 bilhões à Telemar.
(EL)
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