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ANP estuda modelo híbrido para petróleo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O diretor-geral da ANP
(Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, disse que o
país poderá ter modelos regulatórios diferentes para exploração de petróleo: um para o pré-sal, área considerada pelo governo de baixo risco, alta produtividade e muito retorno, e
outra para as demais áreas.
"Nós temos muito petróleo
previsto em uma determinada
região [pré-sal], mas o país é
muito maior do que aquela região. Nós podemos trabalhar a
idéia de não ter um modelo único de exploração e produção de
petróleo no Brasil", disse Lima,
após participar de audiência
pública na Câmara.
Assim como a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), Lima
defendeu que o modelo de partilha no qual a União fica com
parte do óleo é o mais indicado
para áreas com grande produtividade, como seria o pré-sal. "A
partilha é uma coisa que se usa
muito no mundo. A maioria dos
grandes produtores optam pela
partilha. O Brasil, em geral, fica
com a maioria", afirmou.
No modelo de partilha, a
União tem participação no óleo
extraído das reservas. Hoje,
com o modelo de concessões, o
óleo, depois de extraído, pertence às empresas concessionárias, e a participação do governo se dá por meio de tributação (royalties e participação
especial). Esse modelo, na avaliação do governo, é indicado
para áreas onde há alto risco de
não se encontrar petróleo.
No modelo de partilha, seria
necessário criar uma estatal
pura (sem acionistas privados)
para gerenciar a relação do governo com as empresas privadas que fariam a exploração do
óleo. Lima estimou que o investimento no pré-sal para extração de petróleo chegue a US$
400 bilhões em dez anos.
O pré-sal é uma área de 122
mil quilômetros quadrados
abaixo da camada de sal, no
fundo do oceano. Dessa área, 41
mil quilômetros quadrados já
foram licitados (38%). O diretor-geral da ANP ratificou a posição do governo de que os contratos já assinados não serão
modificados.
O grupo interministerial que,
desde julho, estuda novas regras para a exploração de petróleo no país deverá concluir
seu trabalho em dezembro.
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