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MONTADORAS
Sindicato do ABC elabora proposta para um programa de estímulo à troca de veículos usados por novos
Metalúrgicos querem renovação da frota
MAURICIO ESPOSITO
da Reportagem Local
O Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC (CUT) apresenta hoje ao governo do Estado e às montadoras
proposta de incentivo à renovação
da frota de automóveis.
A medida é uma tentativa da entidade para evitar demissões em
massa no setor automotivo em 99.
Programas de renovação da frota
já foram adotados com sucesso na
França, Espanha, Itália e Argentina, segundo o sindicato.
As montadoras também defendem um plano para a renovação da
frota e elaboram em conjunto uma
proposta sobre um programa a ser
apresentado ao governo.
Os metalúrgicos querem criar
um programa de estímulo à troca
de automóveis com mais de 15
anos, que somam 5,5 milhões de
unidades -quase um terço do total existente no país.
Esse estímulo seria uma redução
de 30% nos preços dos carros populares, caminhões e ônibus.
O sindicato propõe que o governo abra mão de parte dos impostos
incidentes sobre os veículos (IPI,
ICMS e IPVA). Montadoras e trabalhadores negociariam a redução
das margens de lucro e custos.
Os carros usados seria destinados a centros de reciclagem, onde
seriam desmontados e aproveitados pelas montadoras.
A proposta dos metalúrgicos não
define quem arcaria com os custos
operacionais desses centros.
No caso dos demais automóveis,
o desconto não seria de 30%, mas
de R$ 3.500 a cada veículo novo.
A expectativa dos metalúrgicos é
que a proposta crie uma demanda
para 400 mil carros novos por ano.
Segundo o presidente do sindicato, Luiz Marinho, isso seria quase
suficiente para manter os níveis de
produção em 99 semelhantes aos
registrados em 97.
Naquele ano, as montadoras
chegaram a produzir cerca de 2
milhões de veículos. Em 99, o total
deve cair a 1,45 milhão.
O sindicato dos metalúrgicos,
entretanto, quer impor duas condições na proposta.
A primeira é a de que qualquer
acordo com as montadoras e governo envolva formalização da
manutenção do nível de emprego
nas fábricas.
A segunda é a de que os carros
novos envolvidos na troca tenham
um índice de 85% de componentes
nacionais, contra os 60% atuais.
A proposta de renovação da frota
será feita na mesma semana em
que o sindicato iniciou negociações com a Volkswagen para garantir empregos.
A empresa quer adotar uma jornada semanal de quatro dias e cortar o décimo terceiro, abono e participação nos lucros.
O sindicato não aceita abrir mão
de conquistas e quer discutir formas de reativar a economia.
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