São Paulo, sexta, 13 de novembro de 1998

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Crise no setor pode causar 50 mil demissões, prevê sindicato

da Reportagem Local

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC estima que a atual crise no mercado de automóveis, perdurando em 99, poderá provocar até 50 mil demissões -20 mil nas montadoras e 30 mil nas fábricas de autopeças.
No caso das montadoras, esse contingente representa cerca de 20% da mão-de-obra empregada no setor atualmente.
As demissões são a forma das montadoras ajustarem custos e produção a um mercado de 1,45 milhão de automóveis em 99.
Neste ano, a previsão é de uma produção total de aproximadamente 1,53 milhão de veículos.
As montadoras assinaram acordo com o governo se comprometendo a manter o nível de emprego até o final deste ano.
Em troca, foram beneficiadas com uma redução da alíquota do IPI incidente sobre carros.
Há também previsão de demissões nas indústrias de autopeças caso a crise no mercado de veículos continue nos próximos meses.
As fábricas do setor empregam atualmente 180 mil metalúrgicos, mas já ameaçam demitir 30 mil até o fim do primeiro trimestre de 99.
No caso de o acordo para a renovação da frota ser adotado, o sindicato dos metalúrgicos avalia que ao menos 18 mil postos de trabalho estariam garantidos nas montadoras de automóveis.
No restante da cadeira produtiva do setor automotivo, que envolve as fábricas de autopeças, indústrias de plástico, vidro e borracha, mais 47 mil vagas poderia ser garantidas em 99.
"A condição para qualquer tipo de acordo é a manutenção do nível de emprego", afirma Carlos Alberto Grana, secretário-geral do sindicato dos metalúrgicos.
A entidade também defende, como forma de combate à crise no setor, a isenção total de impostos para as exportações e restrições às importações. (ME)



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