da Reportagem Local

Os rumores sobre novas reportagens reveladores envolvendo os grampos telefônicos na Telerj e o dossiê de membros do governo derrubaram ontem os mercados.
A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 3,76%, com as ações da Tele Norte Leste, que controla a Telerj, despencando 13,05%. Os títulos da dívida externa brasileira caíram de 64% do valor de face para 62%.
"O receio do que está por vir está deprimindo os mercados", disse Flavio Conde, analista-chefe do Lloyds Asset Management.
Investidores, principalmente estrangeiros, consideram que os casos do grampo e do dossiê podem dificultar a aprovação do ajuste fiscal no Congresso. Podem também trazer à tona possíveis erros cometidos nas privatizações, comprometendo as futuras.
Em Nova York, chegou-se a comentar que o FMI estaria dificultanto o acordo com o Brasil e exigindo uma desvalorização cambial. No Brasil, no entanto, o mercado de câmbio teve um dia tranquilo. Os futuros passaram a projetar valorização menor do dólar.
Para novembro, os mercados futuros passaram a projetar valorização de 0,91% do dólar contra o real, contra o 0,95% de valorização projetado ontem.
O BC atuou no mercado de dólar à vista e mudou a minibanda, a faixa informal de variação cambial, desvalorizando o real em 0,08% no piso e no teto.
A evasão de recursos pelo mercado de dólar comercial cresceu, com as saídas superando as entradas em US$ 205 milhões até as 19h30, contra saldo positivo de US$ 10 milhões anteontem.
Pelo mercado de dólar flutuante, um segmento do dólar turismo, o fluxo estava negativo em US$ 50 milhões.
O saldo total de ontem chegava a US$ 255 milhões negativo, um crescimento significativo contra os US$ 72 milhões de anteontem.
Os especialistas acreditavam que até as 21h30, quando as operações podem ser registradas, o fluxo negativo poderia cair. No mês, o fluxo cambial negativo está em US$ 319 milhões.
A Comissão de Valores Mobiliários anunciou ontem, no Rio, que o resultado entre a entrada e a saída de investimentos estrangeiros nas Bolsas brasileiras foi positivo em outubro, pela primeira vez desde julho. O saldo positivo foi de US$ 92,03 milhões.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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