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PIB cresce 5,7%; investimento sobe 14,4%
Recordes nos investimentos e no consumo puxaram expansão econômica no 3º tri; ano deve fechar com alta de 5%
País registra o 23º trimestre consecutivo de alta do PIB; importações sobem 20,4% no período, contra 1,8% de alta das exportações
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Sustentado por recordes históricos nos investimentos do
setor produtivo e no consumo
das famílias, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu
5,7% no terceiro trimestre ante
mesmo período de 2006. Foi o
maior crescimento nessa comparação em três anos e o 23º
trimestre de alta consecutiva.
O resultado ficou acima das
previsões dos economistas, que
já elevam suas previsões para o
PIB do ano e mesmo para 2008.
Em relação ao segundo trimestre, o crescimento do PIB
foi de 1,7%. Em valores, somou
R$ 645,2 bilhões no trimestre.
O resultado praticamente assegura um crescimento da economia brasileira de 5% em
2007. Ele pode ser ainda maior
caso o PIB mantenha a atual
trajetória no último trimestre.
Bastará um crescimento de
4,3% no último trimestre (o período mais "quente" do ano)
para o PIB atingir 5%.
O desempenho de julho a setembro trouxe várias notícias
positivas: a agropecuária deu
salto de 9,2%; o consumo das
famílias, que representa 60%
do PIB, subiu 6% (maior alta
em dez anos); e a indústria
cresceu 5%, apesar da fraqueza
do extrativismo mineral (2%).
Mas a melhor notícia do PIB
veio dos investimentos. A chamada FBCF (Formação Bruta
de Capital Fixo) deu um salto
histórico: 14,4%. Foi a maior alta registrada desde que o IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) começou a
calcular o indicador, em 1996.
O dado significa que as empresas estão investindo em um
ritmo quase três vezes superior
ao do aumento do consumo. Isso é bom porque a produção de
novas máquinas e equipamentos nas indústrias deve atenuar,
no futuro, eventuais pressões
inflacionárias trazidas pela demanda aquecida.
Por enquanto, boa parte do
consumo das famílias (com 16
trimestres seguidos de alta)
vem sendo atendida pelas importações. As compras externas deram novo salto no terceiro trimestre e subiram 20,4%
sobre o mesmo período do ano
passado. Já as exportações
cresceram apenas 1,8%.
O resultado do setor externo
levou o Brasil a registrar, pela
primeira vez desde 2001, necessidade de financiamento externo no trimestre passado, de
R$ 255 milhões. O motivo foi a
redução do saldo comercial de
bens e serviços -de R$ 22,8 bilhões para R$ 10 bilhões.
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