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Impostos crescem mais que economia no trimestre
Tributos avançaram 8,7%, enquanto o PIB cresceu 5,7%
DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Mais uma vez, os impostos
cresceram a um ritmo mais
acelerado do que a economia
do país. Os tributos incidentes
sobre produtos subiram 8,7%
no terceiro trimestre deste ano
na comparação com o mesmo
período de 2006. No período, o
PIB teve alta de 5,7%.
Sem o peso dos impostos, o
PIB teria crescimento menor,
de 5,2% -essa é a variação da
produção total de bens e serviços, chamada tecnicamente de
valor adicionado a preços básicos, sem tributação.
No acumulado do ano até o
terceiro trimestre, os impostos
subiram 8,3% na comparação
com o mesmo período de 2006.
O PIB teve alta de 5,3%. Sem o
impacto dos tributos, o PIB
cresceria menos: 4,8%.
Desde o segundo trimestre
de 2004, os impostos crescem
sistematicamente a um ritmo
mais acentuado do que o PIB.
Entram no cálculo do PIB tributos sobre produtos como
ICMS, IPI e o Imposto de Importação. Não refletem, porém,
toda a carga tributária, pois não
incluem impostos sobre a renda, a movimentação financeira
e a propriedade, entre outros.
Segundo Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais do
IBGE, o principal motivo para o
aumento dos impostos no PIB
no terceiro trimestre foi a alta
das importações (20,4% ante o
mesmo período de 2006). Com
o incremento das compras no
exterior, cresceu o recolhimento do Imposto de Importação.
Outro efeito, diz, é o crescimento maior da produção de
bens com incidência tributária
mais elevada. Um exemplo típico são os veículos, cuja produção cresceu 13,4% de janeiro a
novembro deste ano e deve alcançar 3 milhões de unidades.
Segundo Palis, o IPI foi o segundo tributo que mais contribuiu para o aumento dos impostos no PIB, atrás do de importação. Motivo: a forte incidência do IPI sobre veículos.
"Já que as alíquotas estão paradas, minha impressão é que
está crescendo mais a produção
de produtos mais "carregados"
de impostos. A fabricação de
carros está aumentando muito,
e o peso dos tributos é muito
grande nesse setor", concorda o
economista Francisco Pessoa
de Faria, da LCA Consultores.
Segundo o IBPT (Instituto
Brasileiro de Planejamento
Tributário), a carga tributária
atingiu 36,4% do PIB no primeiro semestre deste ano -em
igual período de 2006, 35,6%.
O IBGE diz que só é possível
fazer o cálculo da carga tributária com os dados do PIB fechados do ano, pois algumas informações trimestrais são baseadas em estimativas.
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