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Sadia planeja
investir 60%
a mais no
próximo ano
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A Sadia anunciou ontem que
pretende crescer 12% em volume e 15% em receita no próximo ano, repetindo percentuais
similares aos de 2007. A empresa irá investir R$ 1,6 bilhão
em 2008, valor 60% superior
ao aplicado neste ano.
Os investimentos deverão
gerar receita adicional de R$ 3
bilhões em 2009 e fazem parte
do projeto de dobrar de tamanho até 2010, com relação aos
números de 2005. Com isso, a
empresa faturaria, em três
anos, R$ 16 bilhões ao ano. Até
setembro, a companhia teve receita de R$ 7 bilhões.
"Este ano foi particularmente difícil para a agroindústria
porque tivemos fortes altas nos
custos das matérias-primas e a
valorização do real", afirmou
Walter Fontana Filho, presidente do Conselho de Administração da Sadia. "Porém procuramos fortalecer nossa presença no mercado externo para lidar com a oscilação de preços."
Em 2008, a empresa pretende continuar com o avanço no
mercado internacional. Depois
da primeira fábrica no exterior,
na Rússia, e da unidade anunciada nos Emirados Árabes, fará novos investimentos na Holanda e pretende ainda investir
numa nova fábrica em país a ser
definido, que será aberta em
2009. A empresa chegou ainda
ao México, com a marca Qualy.
"Temos também presença
importante no Iraque e, quando as coisas se acalmarem por
lá, teremos uma semente bem
plantada", afirmou Gilberto
Xandó, diretor internacional.
Avanço em bovinos
Com relação ao Brasil, a empresa resolveu adiar o anúncio
da localização de seu segundo
frigorífico. A empresa irá decidir entre Mato Grosso e Goiás,
dependendo da decisão da
União Européia sobre as restrições à carne bovina brasileira.
Além disso, a empresa fará
uma nova unidade em Campo
Verde (MT), onde produzirá
frango e peru. Haverá ainda
ampliação em Lucas do Rio
Verde (MT), e para 2009 é prevista uma nova unidade e um
centro de distribuição em Santo Antão (PE).
"Nossa estratégia é estar
mais perto dos mercados consumidores", afirmou Gilberto
Tomazoni, presidente da Sadia.
"Temos preferido crescer organicamente, conhecendo a rentabilidade de cada projeto, a
crescer por meio de aquisições,
porque os ativos no Brasil estão
muito caros. Se houver compras, serão pontuais."
Fontana, que se diz otimista
com o cenário do país, espera
crescimento do PIB de 5% para
2008. Os analistas de mercado
concordam em que o ano foi difícil, mas acreditam em boas
perspectivas.
"Os fundamentos setoriais
continuarão sólidos e as perspectivas de crescimento para a
América Latina são positivas
no curto prazo", diz Luis Manuel Martinez, analista da
Standard & Poor's. "O cenário
suportará a geração de caixa."
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