São Paulo, quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

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Sadia planeja investir 60% a mais no próximo ano

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sadia anunciou ontem que pretende crescer 12% em volume e 15% em receita no próximo ano, repetindo percentuais similares aos de 2007. A empresa irá investir R$ 1,6 bilhão em 2008, valor 60% superior ao aplicado neste ano.
Os investimentos deverão gerar receita adicional de R$ 3 bilhões em 2009 e fazem parte do projeto de dobrar de tamanho até 2010, com relação aos números de 2005. Com isso, a empresa faturaria, em três anos, R$ 16 bilhões ao ano. Até setembro, a companhia teve receita de R$ 7 bilhões.
"Este ano foi particularmente difícil para a agroindústria porque tivemos fortes altas nos custos das matérias-primas e a valorização do real", afirmou Walter Fontana Filho, presidente do Conselho de Administração da Sadia. "Porém procuramos fortalecer nossa presença no mercado externo para lidar com a oscilação de preços."
Em 2008, a empresa pretende continuar com o avanço no mercado internacional. Depois da primeira fábrica no exterior, na Rússia, e da unidade anunciada nos Emirados Árabes, fará novos investimentos na Holanda e pretende ainda investir numa nova fábrica em país a ser definido, que será aberta em 2009. A empresa chegou ainda ao México, com a marca Qualy.
"Temos também presença importante no Iraque e, quando as coisas se acalmarem por lá, teremos uma semente bem plantada", afirmou Gilberto Xandó, diretor internacional.

Avanço em bovinos
Com relação ao Brasil, a empresa resolveu adiar o anúncio da localização de seu segundo frigorífico. A empresa irá decidir entre Mato Grosso e Goiás, dependendo da decisão da União Européia sobre as restrições à carne bovina brasileira.
Além disso, a empresa fará uma nova unidade em Campo Verde (MT), onde produzirá frango e peru. Haverá ainda ampliação em Lucas do Rio Verde (MT), e para 2009 é prevista uma nova unidade e um centro de distribuição em Santo Antão (PE).
"Nossa estratégia é estar mais perto dos mercados consumidores", afirmou Gilberto Tomazoni, presidente da Sadia. "Temos preferido crescer organicamente, conhecendo a rentabilidade de cada projeto, a crescer por meio de aquisições, porque os ativos no Brasil estão muito caros. Se houver compras, serão pontuais."
Fontana, que se diz otimista com o cenário do país, espera crescimento do PIB de 5% para 2008. Os analistas de mercado concordam em que o ano foi difícil, mas acreditam em boas perspectivas.
"Os fundamentos setoriais continuarão sólidos e as perspectivas de crescimento para a América Latina são positivas no curto prazo", diz Luis Manuel Martinez, analista da Standard & Poor's. "O cenário suportará a geração de caixa."


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