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CRISE
Governo vai imprimir 25 bi de rublos
Rússia pode chegar a nova hiperinflação
das agências internacionais
A decisão do governo russo de
imprimir 25 bilhões de rublos, a
moeda local, para pagar salários
dos funcionários públicos pode levar o país a uma hiperinflação como ocorreu no passado, afirmam
analistas.
A decisão de imprimir rublos foi
aprovada na última sexta-feira pela Duma, a câmara baixa do Parlamento russo.
O Orçamento para 99 elaborado
pelo governo prevê um déficit de
101 bilhões de rublos. A receita
chegaria a 474 bilhões de rublos e
as despesas, a 575 bilhões de rublos. O Orçamento se baseia na
certeza do governo de que terá
uma ajuda internacional de ao menos US$ 7,5 bilhões para ajudar a
fechar suas contas.
Analistas afirmam, no entanto,
que o governo não deve ter tanta
certeza de que contará com a ajuda
externa. Principalmente pelo fato
de ter adotado até agora medidas
que só serviram para diminuir sua
credibilidade junto aos credores e
organismos internacionais.
A última parcela do pacote de
cerca de US$ 25 bilhões liderado
pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) foi liberada em agosto,
pouco antes de o governo decretar
a desvalorização do rublo e a moratória de sua dívida. A remessa,
de US$ 4,8 bilhões, foi utilizada para defender sua moeda.
O FMI não concorda com os planos do governo russo para o Orçamento de 99 nem com a proposta
de imprimir mais rublos para cobrir os gastos. O organismo internacional recomenda ao governo
que aumente sua incipiente arrecadação, um dos maiores problemas do país.
O rublo se encontra hoje em sua
mais baixa cotação da história. A
moeda local está sendo negociada
a 21 por dólar. Antes de sua desvalorização, em agosto, o rublo era
cotado a 6,3 por dólar.
A crise está agravando os problemas sociais no país. Cerca de 42
milhões de russos, o que representa 28,6% da população, vivem hoje
abaixo do nível de pobreza, de
acordo com dados do governo. Ganham menos de US$ 35.
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