São Paulo, quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

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CRÉDITO

Número de compensações cai

Devolução de cheques bate recorde em 2003

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE

O número de devoluções de cheques bateu recorde em 2003, segundo levantamento feito pela Serasa. No ano passado, de cada 1.000 cheques compensados, 15,5 foram devolvidos. Em 2002, essa proporção era de 13,6 a cada 1.000, o que mostra um aumento de 13,9% no período.
A média de devoluções registrada em 2003 é a maior desde 1991, ano em que foi criado o índice da Serasa. Ao todo, foram devolvidos no ano passado 34,9 milhões de cheques -volume 7,4% superior a 2002.
A devolução recorde de cheques em 2003 chama ainda mais atenção se lembrado que diminui a cada ano o número de transações por cheques escritos em razão dos novos instrumentos eletrônicos de compensação. Em 2003, foram compensados 2,2 bilhões de cheques, 8,3% menos do que os 2,4 bilhões do ano anterior.
O diretor da Serasa, Laércio Oliveira Pinto, avalia que uma série de fatores sinalizava no decorrer de 2003 o aumento da inadimplência com cheques, como perda de poder aquisitivo, desemprego e juros altos.
Já em dezembro, em relação a novembro, houve queda de 9,7% nas devoluções. No último mês do ano, a cada 1.000 compensados 13,9 "voltaram", contra 15,4 em novembro.
Foram devolvidos em dezembro 2,9 milhões de cheques por falta de fundos.
Na comparação com igual mês de 2002, no entanto, o índice de devoluções de cheques aumentou 16,8%. Naquele ano, 11,9 cheques haviam sido devolvidos a cada 1.000 compensados.
De acordo com a Serasa, a queda no total de devoluções de novembro para dezembro se deve à melhora na atividade econômica e à ampliação da oferta de empregos temporários no final do ano.
O primeiro semestre de 2003 concentrou as maiores marcas de cheques devolvidos por falta de fundos a cada 1.000 compensados no ano, com um índice médio de 15,7.
Os técnicos da Serasa avaliam que, mesmo com o aumento de 16,8% no índice de devoluções em relação ao último mês 2002, o número de dezembro de 2003 mostra que a inadimplência com cheques está ao redor de 1,4% -incluindo pré-datados-, um dos mais baixos percentuais se comparado com as diversas formas de pagamento e financiamento da economia.
A expectativa é de elevação da inadimplência com cheques no primeiro trimestre deste ano.
O diretor da Serasa considera, porém, que esse é um movimento sazonal e deverá ser invertido nos demais meses de 2004.
"O primeiro trimestre do ano é sazonalmente mais complicado, em razão dos pagamentos de impostos, mensalidades e materiais escolares. Mas a inadimplência deve recuar no ano em relação a 2003, por conta das melhoras nos indicadores econômicos", disse.


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