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Inflação nos EUA e fala de Bernanke ditam semana
Volatilidade deve continuar nos mercados financeiros
DA REPORTAGEM LOCAL
A agenda carregada da semana deve trazer bastante oscilação ao mercado financeiro. Inflação e outros dados econômicos americanos serão divulgados nos próximos dias, com os
investidores tentando descobrir qual o verdadeiro impacto
da crise financeira na maior
economia do mundo.
Amanhã será divulgado o fechamento do PPI (índice de
preços ao produtor americano)
de 2007. A estimativa é que a
taxa tenha ficado em 0,2% em
dezembro. Na quarta-feira, investidores e analistas irão conhecer o CPI (inflação ao consumidor), que é um índice de preços ainda mais relevante para o Fed (Federal Reserve, o
banco central dos EUA).
Além disso, no dia vai ser
apresentado o "livro bege"
-compilação de dados econômicos feita pelo BC do país.
Como a evolução da economia norte-americana está no
foco das atenções do mercado
financeiro mundial, esse começo de semana pode ser marcado
por fortes oscilações nas Bolsas
de Valores.
O mercado busca avaliar se
haverá condições de o Fomc
(comitê do Fed que define os
juros) cortar os juros básicos
americanos de forma mais pesada neste mês. A primeira reunião do Fomc ocorrerá nos dias
29 e 30 de janeiro.
Neste momento, a maioria
dos investidores americanos
aposta num corte de 0,50 ponto
percentual na taxa de referência dos EUA - o que a levaria de
4,25% para 3,75% anuais. Mas,
se a inflação vier muito pressionada, o mercado pode alterar
sua expectativa, contando com
um corte menos pesado, de
0,25 ponto.
"Com dados econômicos importantes, como o livro bege e a
nova fala do Bernanke, tudo
nos EUA, as Bolsas mundiais
devem seguir nervosas, oscilando de acordo com as apostas
em cortes de juros pelo Fed. O
Ibovespa deve ser influenciado,
mantendo o padrão de alta volatilidade", avalia Gustavo Barbeito, analista da Prosper Gestão de Recursos.
Ben Bernanke, presidente do
Fed, falará novamente na quinta-feira. Na semana passada
Bernanke deu declarações que
sinalizaram que o Fed realmente vai cortar os juros, o que
animou os mercados.
"Na semana [passada], um
dos pontos relevantes foi o discurso do presidente do Fed, sinalizando uma redução mais
forte dos juros para a próxima
reunião. Para a semana temos
uma agenda externa bem carregada, com destaque para a divulgação da produção industrial e da utilização da capacidade instalada, importantes índices de inflação e confiança da
economia norte-americana,
que acabarão ditando o ânimo
do mercado", afirma análise da
corretora Coinvalores.
Preços nacionais
No Brasil, a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) na sexta passada
não estragou o humor do mercado pois, apesar de elevada, a
taxa de inflação ficou dentro do
esperado. A taxa subiu 4,46%
no ano passado.
Para a Bolsa é importante
que a inflação não seja muito
pressionada no país. A ameaça
dos preços elevados poderia levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a optar por subir
a taxa básica brasileira, que está
em 11,25% anuais.
"Estimamos que o IPCA encerre 2008 em 4,2%, com alguma folga em relação à meta de
4,5%. Os maiores riscos a esse
cenário, do nosso ponto de vista, se encontram, mais uma vez,
no grupo dos alimentos, que
por questões climáticas ou de
demanda mundial podem levar
a inflação de 2008 a patamares
mais elevados", avalia Maristella Ansanelli, economista-chefe
do banco Fibra.
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