São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2004

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Empresa financiou Berlusconi e Prodi, diz ex-presidente na Itália

DA REDAÇÃO

O círculo de políticos que recebiam dinheiro da Parmalat incluía o atual primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, o presidente da Comissão Européia, Romando Prodi, e o líder da oposição e ex-primeiro-ministro Massimo D'Alema, publicou ontem o jornal italiano "La Repubblica".
As informações constam das transcrições dos interrogatórios das autoridades italianas com o fundador e ex-presidente do grupo alimentício, Calisto Tanzi, às quais o jornal teve acesso.
Segundo a publicação, o megaempresário não corrompia com dinheiro, mas sim patrocinava e financiava eventos, adquiria sociedades para ajudar terceiros e convidava personalidades.
Entre os exemplos dados por Tanzi sobre a teia de influência, ele contou que a Parmalat decidiu aumentar o volume gasto em publicidade nas TVs de propriedade de Berlusconi a partir do momento em que o empresário decidiu entrar na política, em 1994.
O "La Repubblica" afirma que se tratava de lobby, de modo que seria difícil determinar o nível de implicação de cada político, e ressalta que ninguém tem sido interrogado por corrupção.
Tanzi citou ainda políticos e governantes de países da América Latina (como o Brasil), mas não foram divulgados nomes.
Também ontem, a revista "L'Espresso" trouxe trechos dos depoimentos com o ex-diretor financeiro Fausto Tonna. Ele deu detalhes sobre o sistema de corrupção, que incluiria "fundos negros" para financiar partidos e políticos. Segundo Tonna, cerca de 2 milhões eram retirados do fundo a cada ano para esses fins.


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