São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2004

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Advogados entram com recurso

DA REPORTAGEM LOCAL

Advogados da Parmalat Alimentos encaminharam na manhã de ontem, ao Tribunal de Justiça de São Paulo, três agravos de instrumentos (recursos) com pedido de liminar contra um despacho da 42ª Vara Cível de São Paulo -que determinou intervenção judicial na empresa.
O agravo solicita: 1) suspensão na intervenção na empresa, que levou na quarta-feira à destituição do corpo de diretores do grupo; 2) proibição de quebra de sigilos dos diretores e do ex-presidente Ricardo Gonçalves; 3) que a 29ª Vara Cível da capital seja responsável pelo julgamento de uma medida cautelar que se encontra hoje na 42ª Vara Cível.
Os agravos devem ser julgados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, e a decisão judicial deve sair em poucos dias. Advogados da empresa esperavam por uma definição ontem mesmo, mas, segundo a Folha apurou, até as 19h de ontem, o tribunal não havia decidido nada.

Itália e Brasil
O juiz Luigi Orsi, do Tribunal de Milão, na Itália, convidou o juiz Carlos Henrique Abrão, da 42ª Vara Cível, para que ele encaminhe àquele país informações sobre as investigações no Brasil.
Abrão deve solicitar apoio financeiro do Poder Judiciário para que possa viajar à Itália e tratar do caso. A princípio, o juiz afirma que a viagem à Itália se dará entre os dias 21 e 28 de fevereiro, mas a permissão para a viagem ainda depende de liberação da Justiça.
Abrão informou a imprensa sobre o fato em entrevista coletiva ontem, em que ele participou ao lado dos interventores que ele mesmo designou em seu despacho. Nesse despacho, ele ordenou quebra de sigilos fiscais, destituiu executivos do grupo e nomeou três novos administradores para a empresa. Ainda proibiu que os ex-diretores saíssem do país.
O novo administrador da empresa, Keyler Rocha, começou a trabalhar na quinta-feira. Ontem, ele disse que interrompeu o planejamento de demissões no grupo, está revendo o plano de arrendamento das fábricas -decidido pela antiga diretoria- e diz que a empresa está trabalhando "da mão para a boca".
"Sem apoio dos bancos, não podemos fazer absolutamente nada", disse. "É uma situação aflitiva, mas acho que estamos começando a sentir apoio dos bancos", disse ele. Até o momento, os bancos não liberaram recursos e, em encontro ontem com a empresa, nada mudou nesse sentido.
Keyler disse que a empresa planejava, na administração anterior, demitir 40% do número de empregados da sede, em São Paulo. Ou seja, 113 pessoas. Mas o plano foi postergado. "Até quando, não sei." (AM)


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