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Advogados entram com recurso
DA REPORTAGEM LOCAL
Advogados da Parmalat Alimentos encaminharam na manhã
de ontem, ao Tribunal de Justiça
de São Paulo, três agravos de instrumentos (recursos) com pedido
de liminar contra um despacho
da 42ª Vara Cível de São Paulo
-que determinou intervenção
judicial na empresa.
O agravo solicita: 1) suspensão
na intervenção na empresa, que
levou na quarta-feira à destituição
do corpo de diretores do grupo; 2)
proibição de quebra de sigilos dos
diretores e do ex-presidente Ricardo Gonçalves; 3) que a 29ª Vara Cível da capital seja responsável pelo julgamento de uma medida cautelar que se encontra hoje
na 42ª Vara Cível.
Os agravos devem ser julgados
pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo, e a decisão judicial deve
sair em poucos dias. Advogados
da empresa esperavam por uma
definição ontem mesmo, mas, segundo a Folha apurou, até as 19h
de ontem, o tribunal não havia
decidido nada.
Itália e Brasil
O juiz Luigi Orsi, do Tribunal de
Milão, na Itália, convidou o juiz
Carlos Henrique Abrão, da 42ª
Vara Cível, para que ele encaminhe àquele país informações sobre as investigações no Brasil.
Abrão deve solicitar apoio financeiro do Poder Judiciário para
que possa viajar à Itália e tratar do
caso. A princípio, o juiz afirma
que a viagem à Itália se dará entre
os dias 21 e 28 de fevereiro, mas a
permissão para a viagem ainda
depende de liberação da Justiça.
Abrão informou a imprensa sobre o fato em entrevista coletiva
ontem, em que ele participou ao
lado dos interventores que ele
mesmo designou em seu despacho. Nesse despacho, ele ordenou
quebra de sigilos fiscais, destituiu
executivos do grupo e nomeou
três novos administradores para a
empresa. Ainda proibiu que os
ex-diretores saíssem do país.
O novo administrador da empresa, Keyler Rocha, começou a
trabalhar na quinta-feira. Ontem,
ele disse que interrompeu o planejamento de demissões no grupo, está revendo o plano de arrendamento das fábricas -decidido
pela antiga diretoria- e diz que a
empresa está trabalhando "da
mão para a boca".
"Sem apoio dos bancos, não podemos fazer absolutamente nada", disse. "É uma situação aflitiva, mas acho que estamos começando a sentir apoio dos bancos",
disse ele. Até o momento, os bancos não liberaram recursos e, em
encontro ontem com a empresa,
nada mudou nesse sentido.
Keyler disse que a empresa planejava, na administração anterior, demitir 40% do número de
empregados da sede, em São Paulo. Ou seja, 113 pessoas. Mas o plano foi postergado. "Até quando,
não sei."
(AM)
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