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MERCADO FINANCEIRO
Bovespa cai 2,31% com acusação de corrupção de assessor do governo; moeda dos EUA vai a R$ 2,906
Vídeo derruba Bolsa e eleva dólar e risco
DA REPORTAGEM LOCAL
A divulgação de um vídeo que
mostra o subchefe de Assuntos
Parlamentares da Presidência,
Waldomiro Diniz, discutindo
com um bicheiro o favorecimento
em concorrências em troca de
propinas e contribuições eleitorais influenciou negativamente o
mercado. A Bolsa fechou em baixa de 2,31%, o dólar interrompeu
uma seqüência de quatro quedas
e o risco-país do Brasil subiu.
Na avaliação dos operadores, as
preocupações são para os possíveis desdobramentos políticos da
suspeita de corrupção -e um
eventual aparecimento de novas
acusações.
A Bovespa operou em baixa durante todo o dia. No pior momento, no início da tarde, o tombo
chegou a -3,81%. Para além do escândalo, dois fatores influenciaram a queda: a disputa para a formação de preços, por conta de
um vencimento de opções, e um
feriado nos EUA, ambos na segunda-feira. A Bolsa paulista fechou a 22.529 pontos, com fluxo
de negócios de R$ 1,215 bilhão.
No mercado de câmbio, o fluxo
de capitais não foi suficiente para
eliminar os efeitos da divulgação
do vídeo. O dólar encerrou em alta de 0,34%, cotado a R$ 2,906. Na
semana, a moeda norte-americana contabilizou queda de 0,95%.
Conseqüência direta do temor
dos investidores sobre os efeitos
da suposta corrupção, o risco-país do Brasil subiu 5,67%, para
522 pontos. O C-Bond, título de
maior liquidez da dívida, recuou
1,27%, a 97,125% do valor de face.
No mercado futuro, as atenções
estiveram voltadas para o IPCA.
O índice, de 0,76% em janeiro, ficou dentro das expectativas. Mas
os contratos de janeiro de 2005
subiram de 15,3% para 15,42%, o
que, em tese, reforça a aposta em
manutenção da taxa de juros na
reunião do Copom.
Entre analistas, há opiniões divergentes sobre o comportamento do mercado nos próximos dias.
""Vai depender de como o governo conduzir a crise. O mercado ficará ressabiado, temendo que no
próximo final de semana apareça
mais uma denúncia", diz Alexandre Póvoa, do banco Modal.
""Fosse em outro momento, o
mercado ignoraria. Mas, como ele
tem operado fraco, uma notícia
dessas o atinge em cheio", afirma
Luiz Antônio Vaz, da corretora
Planner.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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