São Paulo, sábado, 14 de fevereiro de 2004 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Agricultura atrai financeiro "O mercado financeiro começa a olhar com carinho para a agricultura". A frase é de Moacir Teixeira, do Banco Santos. "O agronegócio já faz parte do dia-a-dia do nosso banco", diz. O Santos fechou 2003 com R$ 120 milhões contratados na carteira do agronegócio e deverá atingir R$ 400 milhões neste ano. Fundo pecuário Uma das saídas do banco para elevar a participação no setor é o lançamento de um Fundo de Investimento Pecuário, lastreado em Cédulas de Produto Rural (CPR). A indústria de fundos voltou a crescer no Brasil e faltam ativos alternativos, diz Teixeira. Aplicação anual O fundo terá aplicação mínima de R$ 50 mil e os resgates serão anuais. Isso evita de um investidor entrar na safra (preços baixos) e sair na entressafra (preços maiores). O fundo terá como parâmetro a cotação Esalq/BM&F e buscará uma variação de rendimento próxima à da arroba do boi. Fonte de crédito Teixeira acredita que o fundo, além de dar nova opção para investidores, alavancará crédito para os produtores. O banco, que atua nos setores das principais commodities, mantém contratos com cooperativas e empresas, que coordenam a emissão de CPRs. Lastro em bezerros A Agropecuária Nova Vida, de Ariquemes (RO), por exemplo, lançou o CD Boi, que permite ao pecuarista a compra de prenhezes e embriões. O pagamento é efetuado em bezerros em até um ano depois. O dinheiro é disponibilizado pelo Banco Santos ao fazendeiro, que emite uma CPR, e a Nova Vida negocia o título com a instituição financeira. Alimentação animal O setor de alimentação animal exportou US$ 33 milhões em 2003, uma alta de 9% sobre 2002. Argentina, Paraguai, Chile, México e EUA foram os maiores compradores. A área de pet food é responsável por 42% deste valor. Mais impostos O setor está preocupado, no entanto, com a perda de competitividade. Após o aumento da Cofins, o segmento sofre com a provável regulamentação da Cide, do INSS e do ICMS sobre a alimentação animal. Para a Comissão de Tributos do Sindirações, a medida poderá trazer prejuízos de R$ 500 milhões. Mais soja? Se a gripe aviária se alastrar pelos EUA a ponto de provocar uma redução no consumo de milho, os produtores norte-americanos, que estão próximos de decidir o que plantar, deverão optar em maior número pela soja. A oferta cresce e os preços, que já sofrem os efeitos da queda de consumo com a gripe do frango na Ásia, podem se desaquecer. Setor aquecido Nos últimos três anos, a agroindústria cresceu 13,3%, acima da média de 4,5% da indústria em geral. Em 2003, cana-de-açúcar (9%) e milho (8%) se destacaram nos derivados da agricultura. Na pecuária, o setor de bovinos cresceu 10%, mas o de aves caiu 1,6%. Chuvas benéficas As chuvas desta semana diminuíram a tensão dos produtores gaúchos, que estavam preocupados com o clima seco. As precipitações amenizaram a deficiência hídrica no Estado, mas ainda são poucas em algumas regiões. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Vídeo derruba Bolsa e eleva dólar e risco Próximo Texto: O vôo da águia: Crescimento eleva déficit comercial dos EUA Índice |
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