UOL


São Paulo, sexta-feira, 14 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Risco-país recua 4,1%; moeda dos EUA tem 3ª queda e fecha a R$ 3,41

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A terceira queda consecutiva levou o dólar a fechar vendido a R$ 3,41 ontem. No mês, o valor da moeda norte-americana diante do real já recuou 4,6%.
A divulgação dos últimos índices de inflação, que apontam desaceleração na alta dos preços, agradou aos investidores e reforçou as expectativas de que o governo não mexerá nos juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Ontem, a moeda dos EUA caiu 1,67%, maior baixa em um dia desde 6 de janeiro.
O clima positivo no mercado internacional ontem também ajudou na recuperação do real diante do dólar. Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira de maior peso no mercado, voltaram a ter alta expressiva (1,37%) e fecharam vendidos a US$ 0,7825, maior valor em quase um ano. Desde abril do ano passado, os C-Bonds não eram negociados acima dos US$ 0,78. A procura por papéis da dívida brasileira, que cresceu muito nas últimas semanas, deve seguir forte na avaliação de operadores de tesourarias de bancos. No ano, os C-Bonds acumulam valorização de 16,8%.
O risco-país, uma espécie de termômetro da confiança do investidor externo na capacidade de o governo honrar suas dívidas, caiu 4,1%, para 1.082 pontos, menor valor desde 4 de junho.
As projeções das taxas de juros dos contratos de prazo mais curto encostaram na Selic, que está em 26,5% anuais. A escalada dos preços tem sido a principal justificativa para os últimos aumentos dos juros. O contrato DI (que acompanha os juros interbancários) de vencimento mais curto fechou ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) com taxa de 26,45% ao ano, ligeiramente abaixo da Selic.
Os negócios no mercado de câmbio aumentaram ontem com a presença mais forte de exportadores vendendo dólares. Alguns bancos preferiram também vender dólares antes que os recursos decorrentes de captações feitas por instituições financeiras no mercado internacional entrem no país. Na última quarta-feira, o Unibanco anunciou a captação de US$ 125 milhões. No mesmo dia, o banco Safra abriu captação de US$ 50 milhões no mercado.
Desde 20 de janeiro o dólar não fechava em um nível tão baixo quanto o de ontem. Na opinião de Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator, a divulgação dos últimos índices de inflação foi fundamental para melhorar o humor do mercado. "Além disso, o bom desempenho do mercado internacional foi importante para que o dólar caísse de forma expressiva", diz Machado.


Texto Anterior: Taxa tem queda no atacado e no varejo, diz FGV
Próximo Texto: Opinião econômica: As agências reguladoras e a terceirização do governo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.