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Risco-país recua 4,1%; moeda dos EUA tem 3ª queda e fecha a R$ 3,41
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A terceira queda consecutiva levou o dólar a fechar vendido a R$
3,41 ontem. No mês, o valor da
moeda norte-americana diante
do real já recuou 4,6%.
A divulgação dos últimos índices de inflação, que apontam desaceleração na alta dos preços,
agradou aos investidores e reforçou as expectativas de que o governo não mexerá nos juros na
próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Ontem, a moeda dos EUA caiu
1,67%, maior baixa em um dia
desde 6 de janeiro.
O clima positivo no mercado internacional ontem também ajudou na recuperação do real diante
do dólar. Os C-Bonds, títulos da
dívida brasileira de maior peso no
mercado, voltaram a ter alta expressiva (1,37%) e fecharam vendidos a US$ 0,7825, maior valor
em quase um ano. Desde abril do
ano passado, os C-Bonds não
eram negociados acima dos US$
0,78. A procura por papéis da dívida brasileira, que cresceu muito
nas últimas semanas, deve seguir
forte na avaliação de operadores
de tesourarias de bancos. No ano,
os C-Bonds acumulam valorização de 16,8%.
O risco-país, uma espécie de termômetro da confiança do investidor externo na capacidade de o
governo honrar suas dívidas, caiu
4,1%, para 1.082 pontos, menor
valor desde 4 de junho.
As projeções das taxas de juros
dos contratos de prazo mais curto
encostaram na Selic, que está em
26,5% anuais. A escalada dos preços tem sido a principal justificativa para os últimos aumentos dos
juros. O contrato DI (que acompanha os juros interbancários) de
vencimento mais curto fechou
ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) com taxa de
26,45% ao ano, ligeiramente abaixo da Selic.
Os negócios no mercado de
câmbio aumentaram ontem com
a presença mais forte de exportadores vendendo dólares. Alguns
bancos preferiram também vender dólares antes que os recursos
decorrentes de captações feitas
por instituições financeiras no
mercado internacional entrem no
país. Na última quarta-feira, o
Unibanco anunciou a captação de
US$ 125 milhões. No mesmo dia,
o banco Safra abriu captação de
US$ 50 milhões no mercado.
Desde 20 de janeiro o dólar não
fechava em um nível tão baixo
quanto o de ontem. Na opinião de
Sérgio Machado, diretor de tesouraria do banco Fator, a divulgação
dos últimos índices de inflação foi
fundamental para melhorar o humor do mercado. "Além disso, o
bom desempenho do mercado internacional foi importante para
que o dólar caísse de forma expressiva", diz Machado.
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