|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FRANCHISING
Branca de Neve
MARCELO CHERTO
No mercado brasileiro,
ainda há franqueadores que
insistem em se cercar apenas
de franqueados, funcionários,
consultores, advogados e outros profissionais "menores"
do que eles próprios. Constituem exemplos típicos do que
o publicitário Júlio Ribeiro
chama de empresários Branca
de Neve. Porque só se sentem
bem cercados de "anões".
Ora, em períodos de mudanças intensas como estes, só vão
sobreviver as empresas, franqueadoras ou não, que sejam
capazes de respostas rápidas.
E respostas rápidas só podem
ser obtidas se os funcionários
ou colaboradores têm um mínimo de autonomia. E o problema com os empresários
Branca de Neve e seus
"anões" é que aqueles
acham que, se não supervisionarem pessoalmente até as
trocas de lâmpadas, a vaca
vai para o brejo. E seus colaboradores, depois de anos de
castração, não sabem decidir
sozinhos. Só sabem imitar o
chefe ou fazer o que
"acham" que o chefe gostaria que fizessem. Como diz Ribeiro, a síndrome de Branca
de Neve "torna as empresas
vulneráveis à concorrência e
às mazelas da conjuntura".
No caso das franquias, essa
síndrome coloca em risco a
sobrevivência não apenas da
empresa franqueadora, mas
também a da própria rede. E o
problema se torna mais perceptível agora, que os franqueados estão mais exigentes
do que nunca. Especialmente
os que são "vítimas" da
reengenharia, do "downsizing" e processos similares.
Isso talvez ajude a explicar
por que, no levantamento dos
dados inseridos na edição
1997 de seu Guia de Oportunidades em Franchising, o Instituto Franchising apurou que
ao menos 87 franqueadoras
brasileiras "desistiram" de
conceder franquias ou resolveram reestruturar sua operações de franchising.
Marcelo Cherto é presidente do Instituto
Franchising, professor da FGV e da Franchising University. Internet: www.franquia.com.br/cherto/E-mail: marcelo.cherto@franquia.com.br
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|