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INVESTIMENTOS
Comissão quer ampliar concorrência entre gestores
CVM tenta reduzir taxas de administração de fundos
da Sucursal de Brasília
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) está preocupada
com os recentes aumentos das taxas de administração cobradas
por gestores de alguns fundos de
renda variável e decidiu tomar
medidas para ampliar a concorrência e estimular a sua baixa.
As taxas de administração subiram por causa de uma norma,
criada pela própria CVM, que
proíbe os gestores de cobrar pela
performance de fundos nos quais
os cotistas aplicam menos de R$
50 mil individualmente.
A taxa de performance é uma
remuneração extra aos administradores de fundos pelos resultados obtidos. Alguns regulamentos de fundos estabeleciam que,
por exemplo, o administrador
embolsaria 20% do que excedesse
a variação das Bolsas.
Como ficaram impedidos de
cobrar as taxas de performance,
alguns fundos resolveram compensar a perda aumentando a remuneração devida pela administração do fundo. As taxas chegaram a quadruplicar, passando em
alguns casos de 2% para percentuais entre 6% e 8%.
Para ampliar a concorrência,
dentro de duas semanas a CVM
iniciará a divulgação em sua página na Internet (www.cvm.gov.br)
das taxas cobradas por todos os
administradores de fundos, afirmou ontem o presidente da instituição, José Luiz Osório.
Os fundos de renda variável
também serão obrigados a informar aos cotistas, por meio de carta, os novos valores cobrados.
Osório anunciou ainda que a
CVM pretende incentivar o ingresso no país de administradores
de fundos estrangeiros para ampliar a concorrência no setor.
Osório disse que a CVM decidiu
proibir a cobrança da taxa de performance para pequenos aplicadores porque houve abusos. Segundo ele, alguns administradores chegaram a estabelecer índices com rendimentos negativos
como parâmetro para a cobrança
da taxa de performance.
Agora, a cobrança dessa taxa é
permitida só para os fundos com
investidores qualificados, que
têm acesso a mais informações. A
CVM disciplina apenas os fundos
que têm mais da metade de sua
carteira composta por investimentos em renda variável (como
ações e contratos em mercados
futuros, por exemplo).
Fraudes no BB
Osório disse que a CVM decidiu
reunir informações sobre a fraude
de R$ 138 milhões envolvendo
fundos de investimento do Banco
do Brasil. Caso haja indícios de
prejuízos a acionistas minoritários do BB, a CVM deverá abrir
um processo administrativo para
apurar as irregularidades.
As fraudes foram admitidas no
mês passado pelo próprio BB. Administradores da distribuidora do
BB transferiram prejuízos de um
fundo de curto prazo para outros
nove fundos. No balanço anual, o
BB resolveu assumir os prejuízos,
reduzindo os lucros distribuídos
aos acionistas.
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