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RETOMADA?
Empréstimos cresceram 22,4% em março; taxas cobradas de pessoas físicas subiram de 141,39% para 142,2% ao ano
Consumidor busca crédito e paga juro maior
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Os consumidores brasileiros
buscaram mais empréstimos em
março. E pagaram taxas de juros
maiores por eles.
Segundo cálculos da consultoria
Tendências, o volume de crédito
concedido por instituições financeiras às pessoas físicas atingiu R$
27,8 bilhões -o maior valor registrado desde junho de 2000. Na
comparação com fevereiro, houve um crescimento de 22,4%.
Os valores foram obtidos a partir de dados preliminares do BC
(Banco Central) e deflacionados
pelo IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo).
No mesmo período, os juros cobrados dos consumidores tiveram uma pequena alta, segundo
levantamento divulgado ontem
pela Anefac (Associação Nacional
dos Executivos de Finanças). A
média para pessoa física passou
de 141,39% ao ano em fevereiro
para 142,2% ao ano em março. Essa taxa é uma média dos juros cobrados por seis tipos de crédito
oferecidos para consumidores.
No primeiro trimestre, os empréstimos concedidos pelas instituições financeiras às pessoas físicas somaram R$ 75 bilhões
-10% mais do que em igual período de 2003. Já os juros cobrados dos consumidores caíram de
149,59% ao ano, em janeiro, para
os 142,2% em março.
"Juros menores, prazos mais
longos e mais confiança no país
levaram os consumidores a buscar mais financiamento", afirma
Fernando Montero, economista
da Tendências. Os juros cobrados
dos consumidores continuam entre os mais altos do mundo, embora tenham caído cerca de um
ponto percentual ao mês em 12
meses. Os prazos médios de financiamento subiram de oito meses para 12 meses.
Pesquisa da Fecomercio SP
mostra que, de janeiro até agora, o
grau de confiança do consumidor
vem caindo. Mas, ainda assim, na
análise de Montero, o índice é
considerado otimista. Isso porque, numa escala de zero a 200, ultrapassa a marca de 100, abaixo da
qual indica pessimismo.
Com desemprego elevado e renda em queda, o consumidor só
compra a prazo se a prestação
couber no orçamento do mês.
"Há recuperação das vendas por
meio de crédito, e não por renda
ou por emprego", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
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