São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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RETOMADA?

Empréstimos cresceram 22,4% em março; taxas cobradas de pessoas físicas subiram de 141,39% para 142,2% ao ano

Consumidor busca crédito e paga juro maior

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os consumidores brasileiros buscaram mais empréstimos em março. E pagaram taxas de juros maiores por eles.
Segundo cálculos da consultoria Tendências, o volume de crédito concedido por instituições financeiras às pessoas físicas atingiu R$ 27,8 bilhões -o maior valor registrado desde junho de 2000. Na comparação com fevereiro, houve um crescimento de 22,4%.
Os valores foram obtidos a partir de dados preliminares do BC (Banco Central) e deflacionados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
No mesmo período, os juros cobrados dos consumidores tiveram uma pequena alta, segundo levantamento divulgado ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças). A média para pessoa física passou de 141,39% ao ano em fevereiro para 142,2% ao ano em março. Essa taxa é uma média dos juros cobrados por seis tipos de crédito oferecidos para consumidores.
No primeiro trimestre, os empréstimos concedidos pelas instituições financeiras às pessoas físicas somaram R$ 75 bilhões -10% mais do que em igual período de 2003. Já os juros cobrados dos consumidores caíram de 149,59% ao ano, em janeiro, para os 142,2% em março.
"Juros menores, prazos mais longos e mais confiança no país levaram os consumidores a buscar mais financiamento", afirma Fernando Montero, economista da Tendências. Os juros cobrados dos consumidores continuam entre os mais altos do mundo, embora tenham caído cerca de um ponto percentual ao mês em 12 meses. Os prazos médios de financiamento subiram de oito meses para 12 meses.
Pesquisa da Fecomercio SP mostra que, de janeiro até agora, o grau de confiança do consumidor vem caindo. Mas, ainda assim, na análise de Montero, o índice é considerado otimista. Isso porque, numa escala de zero a 200, ultrapassa a marca de 100, abaixo da qual indica pessimismo.
Com desemprego elevado e renda em queda, o consumidor só compra a prazo se a prestação couber no orçamento do mês. "Há recuperação das vendas por meio de crédito, e não por renda ou por emprego", diz Emílio Alfieri, economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo).


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