São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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Taxa, no entanto, é menor que os 149,59% de janeiro, segundo a Anefac

Juro ao consumidor sobe em março para 142,2% ao ano

DA REPORTAGEM LOCAL

Os juros cobrados dos consumidores tiveram uma pequena alta no mês passado em relação a fevereiro, segundo levantamento divulgado ontem pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).
A taxa média para pessoa física foi de 149,59% ao ano em janeiro, caiu para 141,39% em fevereiro e subiu para 142,2% ao ano em março. Essa taxa é uma média dos juros cobrados por seis tipos de crédito oferecidos para consumidores: comércio, cartão de crédito e cheque especial, que tiveram queda no mês passado, e crédito direto ao consumidor (CDC), empréstimo de bancos e empréstimo de financeiras, que aumentaram no mesmo período.
De janeiro para fevereiro, houve queda na taxa média de juros para pessoas físicas, e de janeiro para dezembro, alta.
A Anefac realiza o levantamento por meio de pesquisas em anúncios divulgados pela mídia a cada mês e levantamento com 60 bancos e financeiras.
Segundo Miguel de Oliveira, economista e presidente da entidade, o juro cobrado pelo comércio caiu (de 103,51% ao ano para 102,13%) por conta da disputa do varejo pelo consumidor. "A renda continua em queda, portanto a única alternativa para o consumidor é buscar crédito. Para competir, o varejo baixou as taxas."
Para o economista, o mesmo fator que determinou a queda das taxas do comércio -a renda em baixa e maior procura por crédito- pode ter determinado o aumento das taxas de empréstimo pessoal em bancos (de 98,05% ao ano para 99,4% ao ano) e financeiras (de 286,27% para 287,52%).
"Como a demanda por crédito está maior, os bancos e financeiras possivelmente aumentaram taxas", afirma Oliveira.
A renda real média dos ocupados na região metropolitana de São Paulo teve, em janeiro, queda de 1,1% em relação a dezembro do ano passado: passou de R$ 998 para R$ 987, segundo a última pesquisa Seade/Dieese.
Quem pegou um empréstimo de R$ 1.000 em bancos em fevereiro para pagar em 12 vezes arcou com parcelas de R$ 118,36, ou seja, um total de R$ 1.420,32.
No mês passado, o preço de cada parcela subiu para R$ 118,75, ou seja, um total de R$ 1.425, menos de R$ 5 de diferença. No caso de um empréstimo de R$ 500 em uma financeira, também para dividir em 12 vezes, o preço de uma parcela ficou em R$ 80,53.
Ou seja, ao final de um ano o tomador de crédito pagou R$ 966,36, quase o dobro do empréstimo inicial. Em fevereiro, ele pagaria R$ 965,04.

Empresa paga menos
Na contramão da taxa média para pessoas físicas, a taxa para pessoas jurídicas teve queda. Os juros para capital de giro e conta garantida foram os que aumentaram. Desconto de duplicatas e de cheque tiveram queda.
Os juros cobrados por bancos de empresas e consumidores não são determinados apenas pelas variações na taxa básica de juros, hoje em 16,25% ao ano.
Para chegar às taxas cobradas na ponta, as instituições financeiras levam em conta fatores como nível de inadimplência, gastos com despesas administrativas e impostos, entre outros.

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