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SP registra a inflação mais baixa desde agosto de 2003, afirma Fipe
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A inflação na cidade de São Paulo voltou aos patamares de agosto
do ano passado. Nos últimos 30
dias até 7 deste mês, os preços subiram apenas 0,06%, metade do
0,12% de março, segundo informações da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ainda há espaço para novas
quedas, e o índice poderá até registrar deflação nas próximas semanas. Isso porque os preços dos
alimentos estão caindo. A queda
foi de 0,36% nos últimos 30 dias.
Essa tendência, no entanto, não
persistirá até o final do mês, quando os preços deverão estar com altas próximas de 0,15% a 0,20%.
Essa é a análise de Paulo Picchetti, coordenador do Índice de
Preços ao Consumidor da Fipe. O
economista diz que três fatores
vão interromper a queda da inflação: fim da redução dos preços do
álcool, estabilização nos preços
dos alimentos e maior pressão
dos produtos industrializados.
Remédios
Além desses três fatores, já está
garantida a participação de remédios no índice deste mês. Os aumentos, liberados no início do
mês, só chegarão ao consumidor
na segunda quinzena. Segundo a
Fipe, os remédios geram inflação
de 0,15% entre este mês e maio.
Os efeitos dos aumentos de preços industriais no início do ano
começam a se propagar com
maior intensidade. Nos últimos
30 dias, a Fipe registrou um reajuste médio de 0,52% nesses itens
-a maior taxa desde setembro
do ano passado.
A aceleração da inflação para
0,15% a 0,20% no final do mês não
preocupa, diz Picchetti. "A taxa
de inflação em São Paulo está em
um nível aceitável e controlado."
O que preocupa um pouco o
economista é o descolamento entre o índice de preços da Fipe e o
do IPCA do IBGE. Utilizando os
mesmos produtos para Fipe e IBGE, Picchetti verificou um núcleo
inflacionário de 0,21% para o IPC
da Fipe e de 0,59% para o IPCA.
Segundo ele, os dois índices utilizam metodologias diferentes, e a
do IBGE pode estar superavaliando a inflação. No critério da Fipe,
quando um produto sobe muito,
a instituição leva em consideração
que ele pode ser substituído por
outro. Já nos cálculos do IBGE,
quando um produto sobe muito,
ele passa a ter mais peso no índice.
Como as diferenças hoje ocorrem nos produtos "in natura", em
que a substituição é aceitável, a taxa do IBGE pode estar superestimada. Mas Picchetti deixa claro
que nenhum dos índices pode ser
considerado melhor que o outro.
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