São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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SP registra a inflação mais baixa desde agosto de 2003, afirma Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação na cidade de São Paulo voltou aos patamares de agosto do ano passado. Nos últimos 30 dias até 7 deste mês, os preços subiram apenas 0,06%, metade do 0,12% de março, segundo informações da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Ainda há espaço para novas quedas, e o índice poderá até registrar deflação nas próximas semanas. Isso porque os preços dos alimentos estão caindo. A queda foi de 0,36% nos últimos 30 dias. Essa tendência, no entanto, não persistirá até o final do mês, quando os preços deverão estar com altas próximas de 0,15% a 0,20%.
Essa é a análise de Paulo Picchetti, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe. O economista diz que três fatores vão interromper a queda da inflação: fim da redução dos preços do álcool, estabilização nos preços dos alimentos e maior pressão dos produtos industrializados.

Remédios
Além desses três fatores, já está garantida a participação de remédios no índice deste mês. Os aumentos, liberados no início do mês, só chegarão ao consumidor na segunda quinzena. Segundo a Fipe, os remédios geram inflação de 0,15% entre este mês e maio.
Os efeitos dos aumentos de preços industriais no início do ano começam a se propagar com maior intensidade. Nos últimos 30 dias, a Fipe registrou um reajuste médio de 0,52% nesses itens -a maior taxa desde setembro do ano passado.
A aceleração da inflação para 0,15% a 0,20% no final do mês não preocupa, diz Picchetti. "A taxa de inflação em São Paulo está em um nível aceitável e controlado."
O que preocupa um pouco o economista é o descolamento entre o índice de preços da Fipe e o do IPCA do IBGE. Utilizando os mesmos produtos para Fipe e IBGE, Picchetti verificou um núcleo inflacionário de 0,21% para o IPC da Fipe e de 0,59% para o IPCA.
Segundo ele, os dois índices utilizam metodologias diferentes, e a do IBGE pode estar superavaliando a inflação. No critério da Fipe, quando um produto sobe muito, a instituição leva em consideração que ele pode ser substituído por outro. Já nos cálculos do IBGE, quando um produto sobe muito, ele passa a ter mais peso no índice.
Como as diferenças hoje ocorrem nos produtos "in natura", em que a substituição é aceitável, a taxa do IBGE pode estar superestimada. Mas Picchetti deixa claro que nenhum dos índices pode ser considerado melhor que o outro.


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