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FINANCIAMENTO
Planalto fez pressão BNDES cancela taxa maior para estrangeira
DA SUCURSAL DO RIO
Depois da pressão do Planalto,
o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) cedeu e retirou o diferencial
entre as taxas de juros cobradas
nos empréstimos às empresas de
capital nacional e às estrangeiras.
Em vigor desde 1º de março, as
novas políticas operacionais do
banco instituíram taxas mais altas
para empréstimos a estrangeiras.
O juro máximo praticado pelo
banco era de 5,5% para as companhias estrangeiras, contra taxa de
4,5% para as nacionais. Antes da
mudança, o juro máximo era de
6,5% em ambos os casos.
A distinção foi interpretada pela
cúpula do governo como uma
forma de desestimular e criar resistências em investidores estrangeiros. Integrantes dos ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento eram contra a nova regra.
Segundo nota do BNDES, a decisão foi tomada pela diretoria do
banco numa reunião extraordinária, realizada na noite de ontem, e "atende a determinação expressa do excelentíssimo senhor
Presidente da República, transmitida também hoje [ontem], à diretoria do banco."
A Folha apurou que advogados
da Casa Civil deram parecer contra a distinção da origem do capital na cobrança dos juros, alegando que a medida é inconstitucional. Essa não foi a avaliação do jurídico do banco, quando consultado pela diretoria antes de alterar
a regra. A ordem para mudar a
norma chegou ontem ao banco,
por escrito, em documento da Casa Civil com o título "Aviso 350".
Na semana passada, o BNDES
havia negado que o banco tivesse
recebido a orientação do governo
para alterar a regra. Na época, o
banco informou que "o BNDES
continua praticando a política
operacional que entrou em vigor
no dia 1º de março. Não recebeu
nenhuma determinação do presidente da República para atuar de
forma diferente".
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, era, no
governo, um dos maiores opositores da cobrança de juros mais
altos às empresas estrangeiras.
O BNDES está subordinado ao
ministério e Furlan é presidente
do conselho do banco.
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