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TRABALHO
Setor abriu 13.381 postos de trabalho no 1º trimestre, melhor desempenho desde 1995; exportações puxam atividade
Indústria de SP tem criação recorde de vagas
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Impulsionada pelas exportações, a indústria paulista de transformação criou 13.381 vagas no
primeiro trimestre deste ano, segundo pesquisa divulgada ontem
pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
É o melhor desempenho do nível de emprego para um primeiro
trimestre desde 1995, ano em que
o levantamento da Fiesp passa a
disponibilizar os dados para os
primeiros três meses do ano. Na
ocasião, foram abertos 34.588
postos com carteira assinada.
A Fiesp considera, entretanto,
que a comparação deve ser feita a
partir de 1999. Nesse ano, o nível
de emprego ficou em -2,87%, com
o fechamento de 46.781 vagas.
O diretor do Departamento de
Pesquisas e Estudos Econômicos
da Fiesp, Claudio Vaz, explica que
a indústria brasileira passou por
transformações significativas e
entrou em uma nova fase a partir
de 1999. As mudanças ocorreram
no perfil da indústria, nos métodos de produção e no contingente
de trabalhadores.
"Houve ainda aumento de tecnologia, de exportações, além da
mudança no regime cambial em
1999 [ano da desvalorização do
real]. O setor industrial antes dessa data era completamente diferente. Só para lembrar, importávamos carvão em 1995", afirma.
O desempenho positivo registrado no primeiro trimestre de
2004 -aumento de 0,88% no nível de emprego em relação ao
mesmo período de 2003- ocorreu em razão dos setores exportadores. "As exportações estão sustentando o nível de atividade da
indústria. O mercado interno ainda é uma incógnita, não deu sinais
de aceleração", diz Vaz.
Para ele, é importante destacar
que o saldo entre contratações e
demissões tem se mantido positivo há três meses. Em janeiro, a
Fiesp registrou a abertura de 2.123
vagas na indústria. Em fevereiro,
7.442 postos, e, em março, 3.816.
"É um crescimento moderado
nas contratações, mas ele tem se
sustentado."
No mês passado, quando o nível
de emprego registrou crescimento de 0,25% ante fevereiro, 29 dos
47 setores pesquisados pela Fiesp
contrataram, 12 fecharam mais
vagas do que abriram e 6 não registraram alteração.
Os setores que mais elevaram o
nível de emprego foram o de artefatos de papel, papelão e cortiça
(aumento de 4,06% ante fevereiro); o de lâmpadas e aparelhos
elétricos de iluminação (2,94%); o
de calçados de Franca (2,25%); o
de parafusos, rebites e similares
(1,93%) e o de curtimento de couros e peles (1,90%).
"Se considerarmos os que
quantitativamente criaram mais
vagas, por causa do número de
trabalhadores que empregam,
aparecem nessa lista o de veículos,
máquinas, fiação e tecelagem e
calçados", afirma.
As maiores quedas foram registradas nos setores de mármores e
granitos (-4,73%); bebidas em geral (-3,91%) e doces e conservas
alimentícias (-1,72%).
Em abril, Vaz acredita que o nível de emprego vá ser positivo,
mas com resultado "modesto",
por causa do fechamento de vagas
temporárias criadas na Páscoa.
Força do interior
A criação de vagas na indústria
paulista está concentrada principalmente no interior.
Entre as cidades que estão na
"rota" do emprego no Estado, de
acordo com o diretor da Fiesp, estão Limeira, Botucatu e Piracicaba. Nesses municípios, destacam-se atividades ligadas a empresas
de autopeças, indústria do mobiliário e ao setor sucroalcooleiro,
respectivamente.
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