São Paulo, quarta-feira, 14 de abril de 2004

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TRABALHO

Setor abriu 13.381 postos de trabalho no 1º trimestre, melhor desempenho desde 1995; exportações puxam atividade

Indústria de SP tem criação recorde de vagas

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Impulsionada pelas exportações, a indústria paulista de transformação criou 13.381 vagas no primeiro trimestre deste ano, segundo pesquisa divulgada ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
É o melhor desempenho do nível de emprego para um primeiro trimestre desde 1995, ano em que o levantamento da Fiesp passa a disponibilizar os dados para os primeiros três meses do ano. Na ocasião, foram abertos 34.588 postos com carteira assinada.
A Fiesp considera, entretanto, que a comparação deve ser feita a partir de 1999. Nesse ano, o nível de emprego ficou em -2,87%, com o fechamento de 46.781 vagas.
O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Claudio Vaz, explica que a indústria brasileira passou por transformações significativas e entrou em uma nova fase a partir de 1999. As mudanças ocorreram no perfil da indústria, nos métodos de produção e no contingente de trabalhadores.
"Houve ainda aumento de tecnologia, de exportações, além da mudança no regime cambial em 1999 [ano da desvalorização do real]. O setor industrial antes dessa data era completamente diferente. Só para lembrar, importávamos carvão em 1995", afirma.
O desempenho positivo registrado no primeiro trimestre de 2004 -aumento de 0,88% no nível de emprego em relação ao mesmo período de 2003- ocorreu em razão dos setores exportadores. "As exportações estão sustentando o nível de atividade da indústria. O mercado interno ainda é uma incógnita, não deu sinais de aceleração", diz Vaz.
Para ele, é importante destacar que o saldo entre contratações e demissões tem se mantido positivo há três meses. Em janeiro, a Fiesp registrou a abertura de 2.123 vagas na indústria. Em fevereiro, 7.442 postos, e, em março, 3.816. "É um crescimento moderado nas contratações, mas ele tem se sustentado."
No mês passado, quando o nível de emprego registrou crescimento de 0,25% ante fevereiro, 29 dos 47 setores pesquisados pela Fiesp contrataram, 12 fecharam mais vagas do que abriram e 6 não registraram alteração.
Os setores que mais elevaram o nível de emprego foram o de artefatos de papel, papelão e cortiça (aumento de 4,06% ante fevereiro); o de lâmpadas e aparelhos elétricos de iluminação (2,94%); o de calçados de Franca (2,25%); o de parafusos, rebites e similares (1,93%) e o de curtimento de couros e peles (1,90%).
"Se considerarmos os que quantitativamente criaram mais vagas, por causa do número de trabalhadores que empregam, aparecem nessa lista o de veículos, máquinas, fiação e tecelagem e calçados", afirma.
As maiores quedas foram registradas nos setores de mármores e granitos (-4,73%); bebidas em geral (-3,91%) e doces e conservas alimentícias (-1,72%).
Em abril, Vaz acredita que o nível de emprego vá ser positivo, mas com resultado "modesto", por causa do fechamento de vagas temporárias criadas na Páscoa.

Força do interior
A criação de vagas na indústria paulista está concentrada principalmente no interior.
Entre as cidades que estão na "rota" do emprego no Estado, de acordo com o diretor da Fiesp, estão Limeira, Botucatu e Piracicaba. Nesses municípios, destacam-se atividades ligadas a empresas de autopeças, indústria do mobiliário e ao setor sucroalcooleiro, respectivamente.

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