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CONJUNTURA
Movimento cresce apenas 1,9% contra o mesmo período de 2001
Comércio patina e vendas do Dia das Mães são fracas
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Dia das Mães de 2002 teve um
desempenho morno e sem surpresas para o comércio paulista.
O movimento nas lojas cresceu
apenas 1,9% até o dia 12 de maio
em relação a igual período de
2001, segundo a ACSP (Associação Comercial de São Paulo). O
período se transformou num termômetro para a economia - é a
segunda data comemorativa com
as maiores vendas no ano (perde
só para o Natal).
A frustração pode ser explicada:
o setor cresceu pouco sobre um
desempenho que já era fraco. No
início de maio de 2001 foi anunciado o plano de racionamento de
energia e as compras de produtos,
especialmente eletrodomésticos,
foram postergadas. Agora, mesmo sem o fantasma da crise energética, o varejo só conseguiu uma
expansão inferior a 2% em relação àquele período.
Segundo a ACSP, foram feitas
62.222 consultas de vendas a prazo até o dia 12 de maio deste ano,
contra 62.982 no mesmo período
de 2001 -queda de 1,2%. A consulta é realizada pelos lojistas, por
ligação telefônica, ao sistema do
SCPC (Serviço Central de Proteção ao Cheque) da associação.
Já no UseCheque (vendas à vista) esses números foram, respectivamente, 72.269 contra 68.978
em 2001, com crescimento de
4,8%. Na média, a expansão foi de
1,9% no Dias das Mães de 2002.
As redes acreditam ainda que o
consumidor fugirá das lojas nas
próximas semanas. "Teremos daqui para frente uma queda de 50%
no movimento em nossos pontos
em relação ao Dia das Mães", diz
Valdemir Colleone, superintendente das Lojas Cem.
Há poucos dados confiáveis que
retratem o desempenho do varejo
no Brasil. Além das consultas aos
sistemas SCPC e UseCheque,
existem os balanços de desempenho das redes varejistas -com
resultados mais precisos. A Lojas
Cem apurou crescimento nas
vendas de 2% em relação ao Dia
das Mães de 2001 -número alinhado ao divulgado pela ACSP.
Uma sondagem com cem lojas
realizada pela Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de
São Paulo), também confirma o
resultado. Eles previam faturar
2% a mais, ou seja, já esperavam
um Dia das Mães bem morno.
Foram apresentados ontem os
dados sobre vendas do varejo no
mês passado. O faturamento real
(descontada a inflação) do setor
na região metropolitana de São
Paulo sofreu queda de 3,81% em
abril, quando comparado com o
resultado de março. As vendas físicas (unidades vendidas) caíram
3,58% no mesmo período.
No quadrimestre, a queda do faturamento, em relação ao mesmo
período de 2001, foi de 3,81%, enquanto as vendas físicas caíram
5,44%, informa a Fecomércio.
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