São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 2002

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COMBUSTÍVEIS

Modificação, de alta de 4,35 e de queda de 1,08%, vale para as refinarias; é difícil que gasolina caia na bomba

Preço da gasolina cairá e o do diesel subirá

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O preço da gasolina cairá 1,08% na refinaria a partir de amanhã. No mesmo dia, o preço do óleo diesel subirá em 4,35%. Os preços na bomba são liberados, mas, em tese, poderiam cair em cerca de 0,8% no caso da gasolina e subir em aproximadamente 3% no caso do óleo diesel.
A redução, porém, não deve chegar ao consumidor, segundo informações do Sincopetro, sindicato dos postos de São Paulo. Como a gasolina vendida na bomba tem 24% de álcool, a redução cai para 0,82%, sem contar as mudanças nas margens de lucro dos distribuidores. Outro problema é a cobrança de ICMS pelos Estados, que leva em conta um preço maior que o das bombas.
Por isso, na avaliação do sindicato, o benefício pode não chegar ao consumidor, e se chegar, será muito pequeno.
Desde o início do ano, é a segunda redução no preço da gasolina e o quarto aumento no preço do diesel.
O preço da gasolina subiu três vezes neste ano. O último reajuste, de 10,08%, foi no início de abril. Para o diesel, a última modificação nos preços foi no final de março: aumento de 8,31%. A próxima data de possível reajuste -aumento ou diminuição de preço- para a gasolina e o diesel é 27 de maio.
Até lá, para que os preços sejam aumentados será preciso que uma combinação de alta do dólar e elevação do preço do petróleo no mercado internacional, aumente em mais de 5% o custo desses combustíveis, segundo política adotada pela Petrobras.
O preço da gasolina caiu e o do diesel aumentou porque a data do último reajuste desses dois combustíveis foi diferente. A diminuição no preço da gasolina reflete oscilação do mercado desde 4 de abril. No caso do diesel, essa contabilização estava sendo feita desde 26 de março.
O período de 15 dias fixado pela Petrobras para fazer modificações no preço da gasolina terminaria no sábado. Mas, como há mais de 30 dias não havia modificação no preço, alterações maiores que 5% nos custos da gasolina no mercado internacional poderiam ser repassadas para o preço na refinaria a qualquer momento. Reduções de preço não precisam esperar o período de 15 dias.
O repasse da alta do diesel e da redução do preço da gasolina depende do nível de concorrência na região onde estão os postos e da fórmula de cálculo para recolhimento do ICMS. Em São Paulo, o ICMS é fixo e muda a cada 15 dias. Nesse caso, tanto a redução quanto o aumento de preços demoram mais a chegar às bombas.



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