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LIVRE COMÉRCIO
Plano é ampliar discussões do Mercosul com os EUA, o chamado 4 mais 1, com ênfase em acesso a mercados
Brasil já negocia alternativa à Alca
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro estuda iniciar com seus sócios do Mercosul
(Argentina, Paraguai, Uruguai)
negociações comerciais diretas
com os Estados Unidos como alternativa para vencer as dificuldades das discussões no âmbito da
Alca (Área de Livre Comércio das
Américas).
Ontem, o ministro das Relações
Exteriores, Celso Amorim, afirmou que o governo está debruçado sobre alternativas que possam
garantir que as negociações de livre comércio no continente americano atendam o interesse brasileiro.
Entre as alternativas apresentadas por Amorim está "explorar a
possibilidade do 4 mais 1 [negociação direta entre o Mercosul e
os Estados Unidos", com ênfase
em acesso a mercados".
O governo não está satisfeito
com a maneira como as negociações na Alca estão caminhando.
"Nós achamos que é preciso fazer
alguns ajustes na forma de negociação da Alca", disse Amorim.
O temor do Brasil é que os temas de maior importância para o
país -como o fim de subsídios
agrícolas americanos- sejam relegados para segundo plano, enquanto as questões de interesse
dos Estados Unidos avancem.
"O que não desejamos é ver
uma discussão de temas normativos na Alca de questões que não
são prioritárias para nós, ao mesmo tempo em que os temas prioritários para nós são levados para
o âmbito multilateral [para a
OMC"", afirmou o ministro.
Uma das dificuldades das negociações na Alca para o Brasil é a
falta de interesse de alguns países
em assuntos prioritários para o
país. Amorim citou como exemplo a preocupação brasileiras com
políticas de desenvolvimento e
sociais, que não são de interesse
de outros sócios da Alca, segundo
o ministro.
A idéia de iniciar as conversas
entre o Mercosul e os Estados
Unidos conta com o apoio explícito da Argentina e do Uruguai.
Nesta semana, o presidente uruguaio, Jorge Batlle, em visita ao
Brasil, defendeu as negociações
diretas com os Estados Unidos.
No final do mês, o representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, virá a Brasília para discutir Alca. O governo
brasileiro pretende fechar uma
proposta de ajustes no processo
de negociação da Alca até lá para
apresentar a Zoellick.
O próprio prazo para os fim das
negociações da Alca -2005- é
tratado pelo Brasil apenas como
indicativo.
Amorim deixou claro que as
preocupações brasileiras não significam falta de interesse do Brasil
em fechar um acordo com os Estados Unidos. "Seria quase insensatez não ter interesse no mercado dos Estados Unidos", disse.
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