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Depois de retomada até março, economia baixa o ritmo em abril
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos primeiros três meses do
ano, a economia apresentou sinais inequívocos de que manteve
a rota de recuperação iniciada no
final de 2003. Os primeiros dados
de abril, no entanto, despejam dúvidas sobre o fôlego para a continuidade da trajetória ascendente.
A indústria de papelão ondulado, chamado de termômetro da
economia porque fornece para
uma série de setores, desacelerou
seu ritmo de expansão: as vendas
no mês passado subiram 8,4% sobre igual mês de 2003. Em março,
tinham aumentado 13,1% comparadas a março do ano passado.
Também o comércio acusou
menor expansão no nível de vendas no mês passado: as consultas
ao serviço de proteção ao crédito
da Associação Comercial de São
Paulo subiram 9,7% em abril contra mesmo mês de 2003 -em
março, a elevação fora de 15,7%.
Anteontem, a indústria automobilística apresentou os números de abril. Apesar de as vendas
no mercado interno terem aumentado 6,2% contra abril de
2003, o resultado apanha feio de
março: foram vendidas 115,5 mil
unidades contra as 141,6 mil registradas no mês anterior.
O economista Francisco Pessoa
Filho, da LCA Consultores, diz
que setores que experimentaram
forte expansão entre o final do
ano passado e o primeiro trimestre, como bens de consumo, devem mesmo se desacelerar, ""mas
se manter num nível melhor que
em 2003". Pessoa argumenta que
os indicadores do IBGE, divulgados na quarta, apontam um início
de reação em outros setores, de
semiduráveis e construção civil.
""Estamos acompanhando um ritmo de expansão da economia
compatível com um crescimento
esperado de 3,5% do PIB no ano."
Trimestre
A retomada da economia no
primeiro trimestre se cristalizou
em uma série de indicadores. As
indústrias do país venderam 9,9%
a mais no primeiro trimestre que
no mesmo período de 2003, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). A mesma
pesquisa apontava que os salários
no setor subiram em média 5%
no período -em iguais meses do
ano passado, tombaram 14%. Em
São Paulo, a arrecadação de impostos cresceu 2,9% no trimestre.
De sua parte, o IBGE confirmou
que, em março, a produção industrial cresceu 2,1% em relação a
fevereiro -embora não evitasse
que no primeiro trimestre do ano
o resultado fosse negativo em relação ao último trimestre de 2003.
Em termos de produção, março
deste ano foi o melhor março da
história da indústria automobilística no Brasil. As montadoras
produziram 190,2 mil unidades,
alta de 23,6% em relação a fevereiro e de 33,8% sobre março de
2003. Igual caminho seguiram as
vendas naquele mês: foram comercializadas 141,6 mil unidades,
aumento de 37,9% sobre igual
mês do ano passado.
Depois de avaliar os números, o
economista Paulo Levy, do Ipea,
disse que março ratificava a ""virada". O problema é que os indicadores de abril não asseguram nem
de longe esse fôlego.
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