São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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ENERGIA

Cotação do barril em Nova York atinge novo recorde no fechamento; alta do produto pressiona inflação nos EUA

Petróleo fecha acima de US$ 41 pela 1ª vez

DA REDAÇÃO

O preço do petróleo voltou a registrar ontem seu maior valor histórico para fechamento em Nova York. O barril para entrega em junho fechou a US$ 41,08, alta de 0,76% (ou US$ 0,31). O preço reflete as preocupações dominantes no mercado: aumento da tensão no Oriente Médio e estoques menores de gasolina nos EUA.
Pela primeira vez, a cotação do produto em Nova York fechou acima de US$ 41,00. Esse valor também se aproximou do recorde "intraday" (que considera a variação do preço durante o dia), de US$ 41,15, atingido durante os negócios de 10 de outubro de 1990.
Após o fechamento oficial da sessão (no "after hours trade", em inglês), porém, o barril subiu mais e foi negociado a US$ 41,17, o que seria seu ponto mais alto. Esse valor, porém, não é a referência mais usada (veja texto ao lado).
Em Londres, o barril do tipo brent ganhou 54 centavos de dólar e fechou a US$ 38,49.
"É pouco provável que o mercado baixe antes da próxima semana devido aos temores de terrorismo", afirmou Bill O'Grady, analista da corretora AG Edwards.
Nas últimas semanas, atentados a instalações petrolíferas na Arábia Saudita e no Iraque agravaram esses temores. Nem mesmo a indicação de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) deverá elevar a produção derrubou os preços.
Ontem, o presidente da Opep, Purnomo Yusgiantoro, disse que os países-membros estão "inquietos" com a alta das cotações e que "deveriam alcançar um acordo", em reunião na próxima semana, para elevar a produção.
A declaração foi encarada com ceticismo por alguns analistas. Para Peter Luxton, da Global Markets, "a Opep poderá não ser capaz de causar um grande alívio" porque possuiria capacidade limitada de elevar a produção.

Inflação
Os preços do setor energético impulsionaram em abril a maior inflação no atacado nos EUA em um ano. O índice ao produtor (PPI, na sigla em inglês) ficou em 0,7%, alta de 0,2 ponto percentual em relação a março, divulgou ontem o Departamento de Trabalho.
Embora tenha reforçado a evidência de que a inflação começa a despertar, o que poderia significar mais um motivo para o Fed (banco central dos EUA) elevar os juros, o indicador não foi considerado definitivo pelos analistas.
Primeiro, porque o núcleo do índice, que exclui as categorias mais voláteis -energia e alimentos-, manteve-se no mesmo patamar de março, de 0,2%, o que correspondeu às expectativas dos analistas. A outra razão é a divulgação hoje da inflação ao consumidor, que costuma ser observada com maior atenção pelo Fed.
Dessa forma, as Bolsas tiveram um dia calmo. Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com baixa de 0,34%, mas acima dos 10 mil pontos (10.016,6). O Nasdaq, das empresas de alta tecnologia, teve alta de 0,02%.
As vendas no varejo recuaram 0,5% em abril, depois de um aumento de 2% no mês anterior. E os novos pedidos de seguro-desemprego subiram, de 318 mil para 331 mil, na semana passada.


Com agências internacionais

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