São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2004

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Para analistas, valor não deve baixar tão cedo

DA REPORTAGEM LOCAL

Para analistas, é difícil a chance de, nos próximos dois meses, a cotação do petróleo recuar do seu patamar atual, em torno de US$ 40 por barril.
Ainda que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decida elevar a cota de produção em 1,5 milhão de barris por dia, a demanda e a oferta mundiais devem continuar em descompasso.
A organização detém hoje aproximadamente 40% da produção global de petróleo e três terços das reservas mundiais comprovadas. Mas os países-membros da organização têm operado no limite da produção. Entre os 11 integrantes, só Arábia Saudita e Kuait teriam capacidade ociosa para elevar a produção imediatamente.
"Não está claro o que vai acontecer na próxima reunião da Opep [dia 3 de junho]. Na prática, a Opep já está produzindo 1,5 milhão de barris acima da cota estipulada [23,5 milhões de barris/dia]", disse Seth Kleinman, da consultoria americana PFC Energy.
"Não vemos queda de preço a curto ou a médio prazo. A demanda tem sido acima do esperado e a Opep tem se mostrado relutante em aumentar a produção", avaliou Edward Porter, diretor do Instituto Americano de Petróleo.
O ceticismo do mercado também é alimentado pela proximidade do verão americano. Tradicionalmente, o consumo de gasolina aumenta nesse período, mas, neste ano, o estoque do produto está em baixa. "Enquanto o mercado interno de gasolina nos EUA permanecer desestabilizado, não vamos ver os preços cederem. O barril deve continuar em torno de US$ 40", diz Kleinman.
Dados da Agência Internacional de Energia mostram que a demanda mundial neste ano registrará um crescimento de 2,5% em relação a 2003.


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