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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Economista considera o novo fundo um monstrengo econômico
O fundo soberano anunciado
ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, não só foi
muito mal recebido pelo mercado como também foi considerado mais um capítulo da
queda-de-braço entre ele e o
presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles.
Um dos objetivos da criação
do fundo seria o de enxugar dólares de dentro do país para impedir uma desvalorização
maior da moeda norte-americana, além de apoiar as empresas dispostas a investir no exterior. Ao também atuar no mercado cambial, a Fazenda estaria
competindo diretamente com
o Banco Central.
O economista José Júlio Senna, sócio-diretor da MCM Consultores, recebeu com espanto
a notícia da criação do fundo
soberano no Brasil. Ele não vê o
menor sentido em criar um
fundo no qual o governo capta
recursos caros para ajudar empresas a se lançarem no exterior.
Antes de se pensar em financiar empresas a investir fora do
Brasil, Senna diz que o Brasil
tem uma lista enorme de prioridades que deveriam ser atacadas. "Ou por acaso os problemas de educação e saúde já foram resolvidos?", pergunta o
economista. "Não me parece
uma idéia sensata e muito menos prioritária do ponto de vista social."
Se há uma preocupação com
o câmbio, Senna sugere, então,
que o governo promova uma
redução generalizada da carga
tributária, o que ajudaria a
combater a informalidade no
país e melhoraria a competitividade das empresas para poder ampliar a exportação.
Em artigo enviado aos clientes, o ex-presidente do Banco
Central Gustavo Loyola, sócio
da Tendências, foi ainda mais
duro. Chamou o fundo soberano de monstrengo econômico.
De acordo com Loyola, a
maior interferência no mercado de câmbio, pela Fazenda, reduzirá o impacto contracionista da política monetária sobre a
demanda agregada, o que tende
a exigir juros domésticos mais
altos para obter uma mesma
meta de inflação.
"Isso significa que a multidão
de empresas que têm custo de
capital em reais pagará um adicional para que algumas privilegiadas possam financiar modicamente seus projetos de investimento no exterior", afirma Loyola.
PANOS QUENTES
A Fenit e a Fenatec, feiras da indústria têxtil e da tecelagem, neste ano, vão acontecer juntas, depois de mais de 20
anos separadas. A Fenit completa 50 anos e terá uma edição
ampliada entre os dias 17 e 20 de junho. Os dois eventos juntos terão mais de 5.000 m2 e expectativa de público de 20 mil
pessoas e expositores de São Paulo, outros Estados e países.
Eduardo Sanovicz, diretor da Reed Exhibitions Alcantara Machado, associa o crescimento do evento à expansão do consumo na baixa renda e à necessidade de evolução do canal de distribuição em todo o país. "Não é um evento de tendência de
moda, de glamour. É um evento de negócio", diz. A Reed Exhibitions Alcantara Machado resulta de uma joint venture formada no final do ano passado entre a Alcantara Machado e a
Reed, multinacional promotora de feiras.
MATCH POINT
O Banco do Brasil voltará
a patrocinar Gustavo Kuerten. O tenista vai jogar o
torneio de Roland Garros
com o apoio do banco, que
o patrocinou por seis anos.
Três vezes campeão do
Grand Slam francês e líder
do ranking mundial por 43
semanas, Guga se despede
da carreira depois do torneio que o consagrou. O
contrato atual dura
dois anos.
APROXIMAÇÃO
Os recursos destinados a pesquisa na Embrapa estão
em alta. O número de projetos subiu de 463 em 2005 para uma estimativa de 776 neste ano. O que permitiu o aumento, segundo Carlos Lazarine, chefe do departamento
de P&D da Embrapa, foi uma racionalização maior dos
gastos para direcionar mais recursos para a área e a
maior aproximação de empresas privadas. Entre os parceiros, estão Basf, Monsanto, Petrobras e Bunge.
FINANCIAMENTO
A Caixa Econômica Federal passa a financiar imóveis
usados com regras iguais ao
do financiamento de unidades novas. O anúncio será
feito hoje pela presidente do
banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, no "Feirão Caixa da Casa Própria". Com a
medida, haverá ampliação
da quota de financiamento e
do prazo de amortização,
que, em alguns casos, podem
chegar a até 100% e 30 anos,
respectivamente.
NA CONTA
A Babel, de Julio Anguita,
Reginaldo Ferrante e Ricardo Chester, ganhou a conta
do projeto BOP (Botton Of
Pyramid) da Nestlé. O projeto pretende melhorar a relação com as classes C, D e E.
EMERGENTE
A matriz do Grupo SKF,
na Suécia, premia, amanhã,
a unidade brasileira por ser a
mais produtiva entre as suas
45 fábricas no mundo. A filial do Brasil atingiu 72% da
previsão de utilização de sua
capacidade de produção para 2007. A China ficou em
segundo lugar, com 67%, e a
Índia, com 63%.
SORRISO
A Porto Seguro lança amanhã o primeiro consórcio
odontológico do Brasil. A
empresa quer alcançar um
público de cerca de 160 mil
cirurgiões dentistas nas
principais capitais, 70 mil
deles em São Paulo. O serviço oferece a possibilidade de
parcelar aparelhos e equipamentos odontológicos.
com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI
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