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análise
"É aplicar na poupança usando cheque especial"
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o ministro da Fazenda, Guido Mantega,
dar mais detalhes sobre o
fundo soberano que o governo vai criar, economistas reforçaram as críticas à
medida, principalmente
no que diz respeito aos
seus objetivos. "O país está
vendo iniciativas de outras
nações e está se movimentando, o que é positivo. O
ministro tem todo o direito de exercer as políticas
que achar apropriadas
-como apoiar as empresas brasileiras no exterior,
mas não pode dar esse nome, porque fundo soberano esse projeto não é", diz
Paulo Rabello de Castro,
presidente da RC Consultores. Pela definição clássica, o fundo soberano é
feito com o excedente de
reservas internacionais,
aplicadas no exterior.
"Existe, ainda, um claro
conflito entre querer incentivar as companhias e
ter uma proteção contra
eventuais crises, porque o
dinheiro investido não teria liquidez imediata",
completa Roberto Troster, do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia, regional São Paulo).
Colocar as perspectivas
das reservas recentemente descobertas pela Petrobras como uma condição
que propicia o estabelecimento do fundo soberano
também é um erro, para
Rabello de Castro. "Seria
mais interessante esperar
para ver o que vai efetivamente acontecer no futuro", afirma.
Troster compara a idéia
do fundo a um consumidor que utiliza o seu limite
de cheque especial para
aplicar na poupança. "O
país vai conseguir um retorno de 3% ao ano para
esse dinheiro, enquanto
está pagando 11,75% ao
ano na dívida interna",
afirma. "Não faz sentido. A
fim de beneficiar as empresas, seria mais recomendável simplesmente
diminuir a carga tributária, o que aliás traria vantagens para todas elas, e
não apenas para o grupo
das grandes que conseguem atuar no exterior."
Participando de evento
em Nova York, Lisa Schineller, diretora de ratings
soberanos da agência
Standard & Poor's, que recentemente concedeu ao
Brasil o grau de investimento, comentou as medidas de política industrial
anunciadas na segunda-feira, dizendo que privilegiar alguns em detrimento
de outros não é uma boa
estratégia. "Outra opção
seria melhorar o clima para investimentos, cortar
impostos para todos e reduzir o custo de fazer negócios no país", destacou.
Com agências internacionais
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