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Com alta do petróleo, TAM diz que aumentará preços
Empresa não divulgou impacto no valor médio dos bilhetes para o consumidor
Aumentos das passagens serão aplicados ao longo
do ano, especialmente no segundo semestre, período em que há maior demanda
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
Com a alta no preço do petróleo, a TAM anunciou ontem
que deverá aumentar os preços
das passagens, durante entrevista para divulgação dos resultados no primeiro trimestre. O
lucro da empresa foi de R$ 2,6
milhões, 95,7% menor do que o
de igual período de 2007.
Segundo Líbano Barroso, diretor de relações com investidores da companhia aérea, a estimativa para 2008 era de US$
85 por barril, com margem de
refino de US$ 17,50. Atualmente, a companhia trabalha com a
expectativa de barril médio de
US$ 110 a US$ 115 e margem de
refino de US$ 22,50. "Isso tem
impacto significativo e estamos
repassando parcialmente para
os preços."
A companhia planeja aumentar o yield (preço pago por
cliente por quilômetro transportado) até o fim do ano em
7% no mercado doméstico. O
yield dos vôos internacionais
deve aumentar 5% em dólares.
A companhia não divulgou o
impacto no preço médio do bilhete para o consumidor e afirmou que os aumentos serão
aplicados ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, período de maior demanda. Apesar da perspectiva
de preços mais altos, Barroso
afirmou que a companhia ainda
apresentará preços reais mais
baixos do que os de 2006.
Segundo Paulo Bittencourt
Sampaio, consultor em aviação,
a alta do petróleo é uma tendência mundial. O dólar tem
contribuído para beneficiar os
resultados das empresas, mas o
petróleo teve efeito negativo e
representa, em média, de 30% a
40% dos custos de uma companhia aérea. "O Lula segura os
preços da gasolina, mas não os
do querosene de aviação. O aumento de custos hoje, no entanto, é geral. Nos EUA, o número de companhias está diminuindo. As grandes negociam
fusões para driblar a alta do petróleo e a recessão americana."
Procuradas pela reportagem,
Gol e Varig não informaram se
pretendem elevar os preços. O
efeito da alta do petróleo foi um
dos fatores citados pelo presidente da Gol, Constantino de
Oliveira Júnior, em comunicado distribuído aos funcionários
para justificar a suspensão dos
vôos intercontinentais da Varig. A Gol teve prejuízo de R$
74,1 milhões no primeiro trimestre do ano e também mencionou a alta do combustível
como um dos fatores responsáveis pela piora no desempenho.
Na segunda-feira, a OceanAir
anunciou um plano de reestruturação com redução de 37 para
25 destinos, padronização da
frota e corte de 600 funcionários. A empresa justificou as
mudanças com a alta do combustível. Segundo a OceanAir, a
chegada de novas aeronaves a
partir de 2009, com modelos
que consomem menos combustível, pode contribuir para
minimizar a alta de preços.
Em março, a FGV já havia estimado que as empresas estavam dispostas a aumentar os
preços das passagens em 15,3%
neste ano, segundo a 4ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo. Nos cálculos
da fundação, caso consigam de
fato elevar o valor dos bilhetes,
este seria o primeiro aumento
desde 2005. Se de um lado há
maior pressão por conta da alta
de insumos, por outro as companhias também precisam estimular a demanda.
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