São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 2008

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Com alta do petróleo, TAM diz que aumentará preços

Empresa não divulgou impacto no valor médio dos bilhetes para o consumidor

Aumentos das passagens serão aplicados ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, período em que há maior demanda


JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

Com a alta no preço do petróleo, a TAM anunciou ontem que deverá aumentar os preços das passagens, durante entrevista para divulgação dos resultados no primeiro trimestre. O lucro da empresa foi de R$ 2,6 milhões, 95,7% menor do que o de igual período de 2007.
Segundo Líbano Barroso, diretor de relações com investidores da companhia aérea, a estimativa para 2008 era de US$ 85 por barril, com margem de refino de US$ 17,50. Atualmente, a companhia trabalha com a expectativa de barril médio de US$ 110 a US$ 115 e margem de refino de US$ 22,50. "Isso tem impacto significativo e estamos repassando parcialmente para os preços."
A companhia planeja aumentar o yield (preço pago por cliente por quilômetro transportado) até o fim do ano em 7% no mercado doméstico. O yield dos vôos internacionais deve aumentar 5% em dólares.
A companhia não divulgou o impacto no preço médio do bilhete para o consumidor e afirmou que os aumentos serão aplicados ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, período de maior demanda. Apesar da perspectiva de preços mais altos, Barroso afirmou que a companhia ainda apresentará preços reais mais baixos do que os de 2006.
Segundo Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, a alta do petróleo é uma tendência mundial. O dólar tem contribuído para beneficiar os resultados das empresas, mas o petróleo teve efeito negativo e representa, em média, de 30% a 40% dos custos de uma companhia aérea. "O Lula segura os preços da gasolina, mas não os do querosene de aviação. O aumento de custos hoje, no entanto, é geral. Nos EUA, o número de companhias está diminuindo. As grandes negociam fusões para driblar a alta do petróleo e a recessão americana."
Procuradas pela reportagem, Gol e Varig não informaram se pretendem elevar os preços. O efeito da alta do petróleo foi um dos fatores citados pelo presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, em comunicado distribuído aos funcionários para justificar a suspensão dos vôos intercontinentais da Varig. A Gol teve prejuízo de R$ 74,1 milhões no primeiro trimestre do ano e também mencionou a alta do combustível como um dos fatores responsáveis pela piora no desempenho.
Na segunda-feira, a OceanAir anunciou um plano de reestruturação com redução de 37 para 25 destinos, padronização da frota e corte de 600 funcionários. A empresa justificou as mudanças com a alta do combustível. Segundo a OceanAir, a chegada de novas aeronaves a partir de 2009, com modelos que consomem menos combustível, pode contribuir para minimizar a alta de preços.
Em março, a FGV já havia estimado que as empresas estavam dispostas a aumentar os preços das passagens em 15,3% neste ano, segundo a 4ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo. Nos cálculos da fundação, caso consigam de fato elevar o valor dos bilhetes, este seria o primeiro aumento desde 2005. Se de um lado há maior pressão por conta da alta de insumos, por outro as companhias também precisam estimular a demanda.


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