São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Capacidade de financiamento do país é menor

DA SUCURSAL DO RIO

O câmbio reduziu o saldo comercial no primeiro trimestre e provocou deterioração das contas externas do país, revelam dados do PIB divulgados ontem pelo IBGE.
Com superávit menor, a capacidade de financiamento da economia brasileira somou R$ 934 milhões no primeiro trimestre deste ano, o pior desempenho desde o mesmo período de 2003.
Na época, o Brasil vivia os efeitos da crise pré-eleitoral que empurrou o país à recessão e gerou necessidade de financiamento de R$ 1,237 bilhão no primeiro trimestre de 2003.
No primeiro trimestre de 2006, a capacidade de financiamento havia sido de R$ 1,537 bilhão. Nos mesmos períodos de 2004 e de 2005, quando as exportações estavam no pico do seu dinamismo, superou os R$ 5 bilhões.
Um país que possui capacidade de financiamento tem recursos suficientes para fechar suas contas e emprestar. Já no caso de necessidade de financiamento, precisa captar dinheiro no resto do mundo.
Apesar de o Brasil ter remetido menos recursos ao exterior sob a forma de juros, lucros e dividendos, houve redução de R$ 3,8 bilhões no saldo comercial no primeiro trimestre.
Esse foi o fator determinante para a piora das contas externas do país, segundo Claudia Dionísio, economista da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE.

Influência do dólar
O superávit comercial baixou de R$ 14 bilhões nos três primeiros meses de 2006 para R$ 10,2 bilhões em igual período deste ano.
O principal motivo para tal recuo é a queda do dólar, que diminuiu a competitividade dos produtos brasileiros no exterior e aumentou a concorrência dos importados.
A redução do saldo comercial anulou o efeito positivo do menor envio de juros, lucros e dividendos ao exterior no primeiro trimestre. Houve, no período, redução de R$ 3,1 bilhões -de R$ 15,1 bilhões nos três primeiros meses de 2006 para R$ 12 bilhões no primeiro trimestre deste ano.
Tal retração, diz Dionísio, é efeito da queda da taxa Selic, que reduz o volume de juros pagos em dívidas no exterior.
Bráulio Borges, da LCA, prevê que já no próximo ano o país terá necessidade de financiamento, o que não será um problema, já que haverá sobra de recursos oriundos dos investimentos estrangeiros diretos. (PS)


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