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Capacidade de financiamento do país é menor
DA SUCURSAL DO RIO
O câmbio reduziu o saldo comercial no primeiro
trimestre e provocou deterioração das contas externas do país, revelam dados
do PIB divulgados ontem
pelo IBGE.
Com superávit menor, a
capacidade de financiamento da economia brasileira somou R$ 934 milhões no primeiro trimestre deste ano, o pior desempenho desde o mesmo
período de 2003.
Na época, o Brasil vivia
os efeitos da crise pré-eleitoral que empurrou o país
à recessão e gerou necessidade de financiamento de
R$ 1,237 bilhão no primeiro trimestre de 2003.
No primeiro trimestre
de 2006, a capacidade de
financiamento havia sido
de R$ 1,537 bilhão. Nos
mesmos períodos de 2004
e de 2005, quando as exportações estavam no pico
do seu dinamismo, superou os R$ 5 bilhões.
Um país que possui capacidade de financiamento tem recursos suficientes para fechar suas contas
e emprestar. Já no caso de
necessidade de financiamento, precisa captar dinheiro no resto do mundo.
Apesar de o Brasil ter remetido menos recursos ao
exterior sob a forma de juros, lucros e dividendos,
houve redução de R$ 3,8
bilhões no saldo comercial
no primeiro trimestre.
Esse foi o fator determinante para a piora das contas externas do país, segundo Claudia Dionísio,
economista da Coordenação de Contas Nacionais
do IBGE.
Influência do dólar
O superávit comercial
baixou de R$ 14 bilhões
nos três primeiros meses
de 2006 para R$ 10,2 bilhões em igual período
deste ano.
O principal motivo para
tal recuo é a queda do dólar, que diminuiu a competitividade dos produtos
brasileiros no exterior e
aumentou a concorrência
dos importados.
A redução do saldo comercial anulou o efeito
positivo do menor envio
de juros, lucros e dividendos ao exterior no primeiro trimestre. Houve, no
período, redução de R$ 3,1
bilhões -de R$ 15,1 bilhões nos três primeiros
meses de 2006 para R$ 12
bilhões no primeiro trimestre deste ano.
Tal retração, diz Dionísio, é efeito da queda da taxa Selic, que reduz o volume de juros pagos em dívidas no exterior.
Bráulio Borges, da LCA,
prevê que já no próximo
ano o país terá necessidade de financiamento, o
que não será um problema, já que haverá sobra de
recursos oriundos dos investimentos estrangeiros
diretos.
(PS)
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