São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Construção e indústria pouco avançam

Setor extrativo mineral é destaque positivo, enquanto atividade agropecuária recua em relação ao final do ano passado

Analista afirma que indicadores mais recentes já apontam uma melhora no desempenho da construção civil no segundo trimestre


DA SUCURSAL DO RIO
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Impulsionado pelo desempenho dos ramos de intermediação financeira (bancos) e seguros e serviços de informação (telefonia e informática), o setor de serviços puxou a alta do PIB no primeiro trimestre com crescimento de 4,6% ante igual período de 2006. Foi o melhor resultado desde o quarto trimestre de 2004 (5,1%).
No caso dos bancos, o avanço do crédito turbinou o desempenho. Em serviços de informação, foi a telefonia móvel, alavancada pela alta da renda, disse Roberto Olinto, do IBGE.
O PIB da indústria, por sua vez, cresceu 3% no primeiro trimestre do ano na comparação com o mesmo período do ano passado. O setor de transformação (manufaturados) - mais da metade do cálculo do PIB industrial- continuou com desempenho tímido. Cresceu só 2,8% em relação ao mesmo período de 2006. Ficou abaixo do da indústria extrativa mineral (4,1%) e da dos setores de eletricidade, água, esgoto e limpeza urbana (3,9%), mas acima do da construção civil, que cresceu 2,4% no período.
O setor extrativo mineral foi beneficiado, principalmente, por um aumento de 2,6% na produção de petróleo e gás e de 7,9% na de minério de ferro. No primeiro trimestre de 2006, porém, o setor extrativo mineral atingiu crescimento bem mais elevado, de 14%.
Entre janeiro e março deste ano, as importações brasileiras deram um salto de 19,9% em relação ao mesmo período de 2006. Entre os setores industriais, as áreas mais afetadas no trimestre, segundo o IBGE, foram artigos de plástico, produtos farmacêuticos e químicos.
Os setores que tiveram desempenho favorável são máquinas e equipamentos, automóveis e caminhões, material elétrico e metalurgia.
Já a fraca evolução (2,4%) na construção civil é considerada passageira, já que novos dados de abril e maio no mercado mostram boa recuperação.
Segundo Ana Maria Castelo, da GVconsult, "o setor vai melhorar bastante daqui para a frente". Indicadores mais recentes já sinalizam a melhora.
Já a agropecuária destoou do restante da economia no primeiro trimestre, e o PIB do setor caiu 2,4% na comparação com o quarto trimestre de 2006. O motivo foi a elevada base de comparação nos dois últimos trimestres de 2006, quando cresceu com força após a crise de 2005 (estiagem no Sul e focos de febre aftosa).
Já em relação ao mesmo período de 2006, o PIB da agropecuária subiu 2,1%. Entre as lavouras que expandiram sua produção estão de algodão (30%), milho (21%) e soja (9%). A de arroz teve queda de 4%.


Texto Anterior: Vinicius Torres Freire: PIB: bom, medíocre, estável
Próximo Texto: Câmbio em queda estimula investimentos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.