São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Setor financeiro tem expansão de 9,2% na "carona" dos resultados dos bancos

DA REDAÇÃO

O setor financeiro corroborou os resultados recordes dos balanços recentes e registrou o mais acelerado crescimento do setor de serviços, com alta de 9,2% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado. Nos três últimos meses de 2006, a expansão havia sido de 1% nessa comparação.
"Os bancos têm crescido mais do que a indústria. Se a economia como um todo cresceu 4,3% [nos três primeiros meses], os 9,2% do setor financeiro são um resultado esperado", diz Marcel Artoni de Marco, analista financeiro do Inepad (Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração).
Bancos, seguradoras e entidades de previdência -empresas de atividades cujo cálculo mudou na nova metodologia do PIB- registraram expansão na casa de dois dígitos neste ano até o mês de março. Anteriormente, esse desempenho era estimado com base no crescimento médio da economia.
No caso dos bancos, as receitas originadas com operações de crédito aumentaram 17,1% no grupo das dez maiores instituições privadas que já divulgaram balanços relativos ao período, segundo dados da consultoria Austin Rating. Já as receitas com a cobrança de serviços cresceram 16,4%.
"Além do aspecto metodológico, que deve ter influenciado, esse crescimento acentuado [alta de 9,2%] pode ser explicado pelo fato de o primeiro trimestre deste ano ter sido bem melhor para os bancos do que o de 2006, quando os juros eram mais elevados e a economia andava de lado", diz Luis Miguel Santacreu, da Austin.
Neste ano, segundo ele, o crédito não só continuou a crescer como o fez em modalidades que cobram do cliente taxas mais elevadas, como crédito pessoal e financiamento à compra de veículos usados.
O Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), em comunicado, avaliou que o segmento "beneficiou-se enormemente da grande evolução dos instrumentos financeiros e de crédito".

Seguros
O segmento de seguros, que também entrou na categoria "intermediação financeira", registrou no primeiro trimestre expansão menos acentuada do que a verificada no mesmo período do ano passado, mas, ainda assim, acima de 9,2%.
O total de prêmio direto (prêmio emitido menos descontos, restituições e cancelamentos) de janeiro a março chegou a R$ 13,56 bilhões, alta de 12,5% ante igual período de 2006, segundo dados da Susep (autarquia responsável por controlar e fiscalizar o mercado). Em 2006, até março, o total emitido aumentara 28,3%.
Já o mercado de previdência complementar encerrou o primeiro trimestre com um volume de captação 20,2% maior na comparação com os três meses iniciais de 2006. O percentual correspondeu a R$ 5,977 bilhões, segundo a Fenaprevi (Federação Nacional da Previdência Privada e Vida).
Da mesma forma que no mercado de seguros, a alta havia sido maior de janeiro a março de 2006, de 26,44%.
O patrimônio dos fundos de pensão (previdência fechada), por sua vez, encerrou março com aumento de 15,3% em relação a igual mês de 2006.
(MARCELO SAKATE)


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