São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Afetada por câmbio, indústria mantém ritmo morno no 2º tri

DA REPORTAGEM LOCAL

O setor produtivo criticou o impacto negativo do real forte sobre o PIB industrial no primeiro trimestre deste ano, o que desacelerou seu crescimento. Neste segundo trimestre, na avaliação de entidades empresariais e consultorias, a indústria se acomodou em um ritmo lento de crescimento.
Projeção preliminar da consultoria Tendências, com base em indicadores de consumo de energia, fabricação de automóveis e movimento nas estradas, aposta em queda de 0,2% na produção industrial do IBGE em maio ante abril. O dado referente ao mês passado será divulgado no próximo dia 4.
"Nossas projeções indicam outro resultado fraco em maio, com alta de 2,3% em relação ao mesmo mês do ano passado e queda de 0,2% na comparação com abril", afirma Marcela Prada, analista da Tendências.
Para Paulo Skaf, presidente da Fiesp, o crescimento da indústria ocorre de forma desigual, o que é preocupante. Cita que a indústria extrativa cresceu 4,1%, e a de transformação, só 2,8%. "As importações são necessárias em muitas situações. Mas há um desequilíbrio pelo ritmo em que caminham: 20% no trimestre, enquanto as exportações cresceram apenas 6%." Para ele, o resultado do PIB foi uma "notícia boa", mas ainda é insatisfatório.
Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia do Ciesp (centro das indústrias), diz que a alta de 0,3% do PIB industrial na comparação do primeiro trimestre deste ano com o último de 2006 mostra que a indústria está estagnada. "A tendência é que esse ritmo lento se mantenha neste trimestre. O nível de atividade industrial deverá ser modesto."
Segundo o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a alta do PIB de 4,3% nos primeiros três meses do ano poderia ser de 5,7% se as importações, estimuladas pelo câmbio, não estivessem suprindo boa parte da alta da demanda. A entidade aponta que a alta do PIB da indústria vem perdendo fôlego: depois de subir 3,5% no terceiro trimestre do ano passado em relação ao segundo trimestre, subiu 0,9% no quarto trimestre e 0,3% no primeiro trimestre (sempre em comparação com o trimestre anterior).


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