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Afetada por câmbio, indústria mantém ritmo morno no 2º tri
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor produtivo criticou o
impacto negativo do real forte
sobre o PIB industrial no primeiro trimestre deste ano, o
que desacelerou seu crescimento. Neste segundo trimestre, na avaliação de entidades
empresariais e consultorias, a
indústria se acomodou em um
ritmo lento de crescimento.
Projeção preliminar da consultoria Tendências, com base
em indicadores de consumo de
energia, fabricação de automóveis e movimento nas estradas,
aposta em queda de 0,2% na
produção industrial do IBGE
em maio ante abril. O dado referente ao mês passado será divulgado no próximo dia 4.
"Nossas projeções indicam
outro resultado fraco em maio,
com alta de 2,3% em relação ao
mesmo mês do ano passado e
queda de 0,2% na comparação
com abril", afirma Marcela Prada, analista da Tendências.
Para Paulo Skaf, presidente
da Fiesp, o crescimento da indústria ocorre de forma desigual, o que é preocupante. Cita
que a indústria extrativa cresceu 4,1%, e a de transformação,
só 2,8%. "As importações são
necessárias em muitas situações. Mas há um desequilíbrio
pelo ritmo em que caminham:
20% no trimestre, enquanto as
exportações cresceram apenas
6%." Para ele, o resultado do
PIB foi uma "notícia boa", mas
ainda é insatisfatório.
Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia do
Ciesp (centro das indústrias),
diz que a alta de 0,3% do PIB industrial na comparação do primeiro trimestre deste ano com
o último de 2006 mostra que a
indústria está estagnada. "A
tendência é que esse ritmo lento se mantenha neste trimestre. O nível de atividade industrial deverá ser modesto."
Segundo o Iedi (Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento Industrial), a alta do PIB
de 4,3% nos primeiros três meses do ano poderia ser de 5,7%
se as importações, estimuladas
pelo câmbio, não estivessem
suprindo boa parte da alta da
demanda. A entidade aponta
que a alta do PIB da indústria
vem perdendo fôlego: depois de
subir 3,5% no terceiro trimestre do ano passado em relação
ao segundo trimestre, subiu
0,9% no quarto trimestre e
0,3% no primeiro trimestre
(sempre em comparação com o
trimestre anterior).
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