São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Título dos EUA cai, e Bolsas se recuperam

No Brasil, Bovespa sobe 2,31%, levada ainda pelo PIB

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um conjunto de notícias positivas conseguiu inverter, pelo menos ontem, o pessimismo dominante nos mercados nos últimos dias. Principal fonte de preocupação, os juros dos títulos do governo dos EUA de dez anos recuaram ontem, acalmando as preocupações da véspera com um possível aumento nos juros americanos.
Os títulos de dez anos do Tesouro dos EUA foram negociados ontem com rendimento de 5,20%, com queda de 0,91%. Desde a quinta da semana passada, os juros desses papéis -considerados o investimento de menor risco do mundo- estão acima de 5% ao ano.
No melhor dos mundos para os investidores, o chamado "Livro Bege", que reúne comentários macroeconômicos do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA), afirmou que a economia americana cresce em ritmo moderado, mas sem aumento das pressões inflacionárias.
O otimismo terá um teste importante hoje, quando o governo americano divulga o PPI (índice de preços no atacado). Amanhã, sai o CPI (índice de preços ao varejo).
A Bolsa de Valores de Nova York encerrou o dia com alta de 1,41% no índice Dow Jones e de 1,52% no S&P 500. A Nasdaq terminou em alta de 1,28%.
No Brasil, o movimento trouxe a Bovespa de volta aos 53 mil pontos no final da tarde. No encerramento, porém, a alta ficou em 2,31%, com o Ibovespa na casa de 52.993 pontos.
Investidores também se mostraram otimistas com o resultado do PIB. Mais do que o crescimento, o dado que chamou atenção foi o consumo das famílias, que segue forte, mas sem pressão inflacionária.
O dado aumenta a expectativa de que o Copom mantenha o ritmo de corte dos juros em 0,5 ponto por mais algum tempo. Hoje, sai a ata da reunião que reduziu os juros para 12%.
"O cenário externo deu uma boa recuperada, com os "treasuries" [titulos americanos] recuando. O PIB agradou, apesar de não superar as expectativas. Vamos agora analisar a ata do Copom e ver como eles [os diretores do BC] vêem as perspectivas para a inflação", disse Marcelo Moura, da corretora SLW.
No mercado de câmbio, o dólar comercial terminou negociado a R$ 1,946, praticamente estável -alta de 0,05%- em relação ao dia anterior.

Investment grade
Antecipando-se às principais agências de risco, a JCR (Japan Credit Rating) elevou ontem os ratings da dívida externa e da dívida doméstica do Brasil para "grau de investimento". Segundo a JCR, a decisão leva em conta a perspectiva de que o governo Lula vai levar adiante reformas para garantir a estabilidade. Cita ainda a melhora no balanço de pagamentos e a inflação estável.


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