São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007 |
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SP pode ter 1ª greve geral de cortadores de cana em 21 anos
Trabalhadores reivindicam reajuste, carga horária máxima de 30 horas semanais e pagamento por metro, em vez de por tonelada
JORGE SOUFEN JR DA FOLHA RIBEIRÃO Entraves na negociação salarial com usineiros ameaçam levar 120 mil cortadores de cana do Estado, o equivalente a 70% do total, a iniciar uma greve geral. O alerta é da Feraesp (Federação dos Empregados Rurais do Estado de São Paulo). A última greve geral de bóias-frias, com pauta unificada, aconteceu em 1986, começando por Leme e se espalhando por todas as regiões canavieiras do Estado. A mais famosa ocorreu dois anos antes, começando em Guariba. Em todos os anos, há paralisações descentralizadas, a maioria motivada por reivindicações pontuais. Ontem, parte dos trabalhadores da usina Santa Cruz, de Américo Brasiliense, aderiu ao movimento grevista, elevando para três o número de usinas cujos cortadores estão de braços cruzados. A Folha encontrou 150 trabalhadores da usina andando no meio do canavial, jogando baralho e dominó ou chupando cana. Eles disseram que só voltam ao trabalho se a usina elevar o salário deles. Já estavam paradas as usinas Zanin, de Araraquara, e São Francisco, de Sertãozinho. Juntas, as três usinas têm cerca de 2.500 trabalhadores parados, segundo a Feraesp, ou menos de 2% dos 170 mil trabalhadores do Estado. As usinas calculam em menos de 500 cortadores parados. Estado de greve Outras três usinas entraram em estado de greve ontem, segundo a Feraesp: Santa Adelaide, de Dois Córregos; Ruete, de Catanduva; e Serra, de Ibaté. Élio Neves, presidente da Feraesp, prevê novas paralisações para esta semana. "Se não houver um processo de negociação estadual urgente que traga nivelamento do salário e das condições de trabalho para melhor, não por baixo, a tendência é a categoria paralisar o setor." A Feraesp, ligada à CUT, reivindica piso de R$ 1.600 (hoje é, em média, R$ 450), carga horária máxima de 30 horas semanais (hoje é em torno de 44), fim do pagamento por tonelada cortada (querem por metro), assistência médica e social, horário de descanso e refeições, mais segurança no trabalho e no transporte. A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) informou que não comentaria o assunto. Texto Anterior: Varejo: Wal-Mart aposta em genéricos para ampliar venda de remédio Índice |
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