São Paulo, segunda-feira, 14 de julho de 2008

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Inflação e produção dos EUA impactam a semana

Tensão deve ser alta devido à tendência de preço maior

DA REPORTAGEM LOCAL

Se depender da agenda econômica, o mercado financeiro tende a ter uma semana bastante intensa. Índices de inflação e a minuta da última reunião de política monetária do Fed (o banco central norte-americano) vão ser conhecidos nos próximos dias e podem trazer ainda mais tensão a um mercado financeiro já agitado.
Amanhã sai, nos Estados Unidos, o resultado do índice de preços ao produtor, o PPI. As projeções mostram a expectativa de que o indicador de preços aponte elevação de 1,3% em junho, muito próximo do 1,4% do mês anterior. Para o núcleo do índice, que desconta as variações dos preços mais voláteis, como os de energia, é esperada alta de 0,3%.
Na quarta-feira, será a vez de ser apresentado o CPI (índice de preços ao consumidor). Para esse indicador, a expectativa é que tenha havido alta de 0,7% no mês. Para seu núcleo, projeta-se alta de 0,2%.
O mercado acionário, que atravessa um período bastante ruim, marcado por perdas nos principais centros financeiros do mundo, poderá encontrar maiores dificuldades se os preços vierem acima das projeções. Pressões inflacionárias indesejáveis são combatidas com elevação de juros. E para as Bolsas de Valores, juros em alta representam uma concorrência perigosa.
"A forte volatilidade vista no mercado deve perdurar nos próximos dias com os indicadores inflacionários americanos, em destaque o CPI, e os discursos de Ben Bernanke, presidente do Fed. Continuamos, contudo, acreditando numa manutenção dos preços das commodities em patamares elevados e numa conseqüente tendência positiva para a Bolsa de Valores de São Paulo no médio/longo prazos", diz Júlio Martins, diretor da Prosper Gestão de Recursos.
Haverá discursos de Ben Bernanke, que preside o banco central norte-americano, na terça e na quarta.
Devido ao número de eventos concentrados, a quarta-feira deve ser o dia mais agitado da semana. Além do CPI, haverá a apresentação da produção industrial americana de junho, a utilização da capacidade instalada do país e os dados de estoques de petróleo.
Como o petróleo voltou a rondar suas máximas históricas -fechou a sexta-feira negociado a US$ 145,08 em Nova York, com alta de 2,42%-, a preocupação com a escalada do produto voltou a estar no foco de investidores e analistas.
Na sexta-feira, as Bolsas de Valores tiveram perdas relevantes pelo mundo. Em Nova York, o Dow Jones, que reúne as 30 ações de maior liquidez, recuou 1,14%. A Bolsa eletrônica Nasdaq, das companhias de alta tecnologia, perdeu 0,83%. A Bolsa de Londres caiu 2,69% no último pregão da semana.
Na quinta-feira, o mercado irá conhecer os dados de construção de novas casas e de licenças para construções nos EUA. Haverá também nesse dia a apresentação dos pedidos de seguro-desemprego, relevante indicador do ritmo da economia do país.
"A preocupação com o preço do petróleo e a inflação continua tirando o sono do mercado financeiro. Para a semana, os índices de inflação e atividade dos EUA serão decisivos para a construção dos prognósticos para a política monetária do Fed no começo de agosto", afirma a equipe de analistas da corretora Coinvalores.
"Já a agenda interna é relativamente fraca e o mercado deverá focar no comportamento dos índices de inflação e projeções do mercado a ser divulgadas hoje, de olho na próxima reunião do Copom, marcada para os dias 22 e 23."


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