São Paulo, Quarta-feira, 14 de Julho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa e C-Bonds apresentam recuperação

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo reverteu uma forte tendência de queda apresentada no início do pregão de ontem e fechou com alta de 0,26%.
A Bovespa começou o dia apostando que a Bolsa da Argentina iria repetir o desempenho ruim de anteontem. O cenário ficou um pouco mais conturbado com a abertura em queda da Bolsa de Nova York.
Mas, em Buenos Aires, o governo tratou de acalmar os investidores, informando que não decretaria moratória da dívida externa. O candidato à Presidência Eduardo Duhalde também moderou seu discurso.
Além disso, rumores indicavam que o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) poderiam captar US$ 5 bilhões em um pacote de ajuda aos argentinos, para aliviar um pouco o déficit fiscal (segundo o governo, deve ser de US$ 5,1 bilhões no ano).
O cenário um pouco mais otimista fez com que a Bolsa da Argentina passasse a subir. No final, ela registrou alta de 4,59%.
A Bovespa, que caía 3,62%, acompanhou a mudança e começou a reverter a queda.
"Houve uma realização forte no começo do pregão. Mas a percepção mudou e começou uma tendência de compra muito forte", disse Roberto Dotta, da Tudor Asset Management.
"A situação da Argentina é crítica, mas não a curto prazo. Não há motivo para influenciar a Bolsa da forma como aconteceu ontem (anteontem)", disse Dotta.
Os C-Bonds, títulos da dívida brasileira mais negociados no exterior, seguiram o mesmo roteiro da Bolsa de São Paulo.
Os papéis começaram o dia sendo negociados a 58,70% do valor de face (queda de 3,37%). Aos poucos, com a reação dos mercados latino-americanos, a cotação foi melhorando.
Ao final, os C-Bonds valiam 61,28% -alta de 0,53 ponto percentual em relação a anteontem.
Os C-Bonds servem para avaliar a credibilidade do país no exterior. Quanto maior a desvalorização do seu valor de face, menos o investidor acredita que o governo brasileiro será capaz de honrar seu compromisso na hora do vencimento. (MARCELO DIEGO)


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