São Paulo, Quarta-feira, 14 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEFONIA
Banco estuda como sair da sociedade na companhia
BNDES pagará mais R$ 286,8 mi à União por parte na Telemar

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desembolsará R$ 286,8 milhões para pagar à União a parte que lhe cabe do cerca de R$ 1,2 bilhão referente à segunda parcela de privatização da Telemar, companhia de telefonia fixa que atende a 16 Estados.
Quitado o pagamento, previsto para o dia 4 de agosto, o banco estatal, que detém 25% do bloco de controle da Telemar, parte para o estudo de como sair do negócio, que para ser viabilizado já recebeu dos cofres públicos R$ 400 milhões. Esse foi o montante dado pelo BNDES na primeira parcela da privatização, de R$ 1,373 bilhão, paga à vista.
A idéia do banco é realizar um leilão, em que os candidatos sejam operadores especializados, já que a Telemar foi a única tele desmembrada da Telebrás que ficou sem um sócio especializado em telefonia.
A Folha apurou que o banco vê com bons olhos o fato de haver, no mercado, iniciativas como a do Opportunity, de atrair a atenção de potenciais candidatos à vaga do BNDES na Telemar.
Isso porque o banco espera que a venda da sua parte na Telemar se torne uma lucrativa operação para seu braço de participações, a BNDESpar, que tem tido um lucro médio anual de R$ 700 milhões nos últimos dois anos.
Segundo comentários do mercado especializado, o Opportunity, parceiro da Telecom Italia no controle da Tele Centro Sul, e agora sócio indireto da Telemar devido a uma troca de participações com o grupo Inepar, já estaria tendo conversas avançadas com a British Telecom e a Deutsche Telecom, duas das grandes operadoras internacionais que não entraram no país pelo leilão da Telebrás, no ano passado.
A participação do BNDES na Telemar, avaliada em cerca de R$ 1 bilhão, ainda não está formalizada, o que terá que ser feito antes da realização do leilão, sem data marcada.
A estratégia de venda também terá que atender à regra da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) segundo a qual uma operadora não poderia ficar com mais de 25% de participação.


Texto Anterior: Luís Nassif: A última chance de FHC
Próximo Texto: Bolsa e C-Bonds apresentam recuperação
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.