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RENDA
Perdas se acentuam a cada mês com desemprego, acordos e inflação em alta
Salário real cai 2,7% na indústria
da Reportagem Local
Os salários dos trabalhadores na
indústria de transformação do
país estão menores. O salário médio apresenta queda média acumulada de 2,7% entre janeiro e
abril passados, segundo dados da
CNI (Confederação Nacional da
Indústria) divulgados ontem.
Descontada a inflação medida
pelo INPC (Índice Nacional de
Preços ao Consumidor), o salário
médio real emagreceu 1,4% no
primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 98.
A queda vem se acentuando a
cada mês: -0,6% em janeiro, -1,2%
em fevereiro e -2,4% em março
sobre os mesmos meses de 98.
A explicação para o corte dos
vencimentos do industriário, segundo a CNI, se compõe de aumento do desemprego e da inflação e de acordos de redução de
jornada de trabalho e salários para preservar empregos.
O número de ocupados na indústria, segundo o IBGE, caiu 6%
nos cinco primeiros meses de 99
sobre o mesmo período de 98. E o
INPC, tomado como deflator dos
salários, subiu 3,74% de janeiro a
abril, pouco acima dos 3,88% acumulados em 12 meses inteiros.
A corrosão dos salários é generalizada. Entre os 21 setores industriais pesquisados, 16 tiveram
queda em março, contra 9 em janeiro. As maiores perdas no primeiro trimestre ocorreram nos
setores de couro, peles, vestuário,
calçados e artefatos de tecido e bebidas. Apenas três setores tiveram
ganho salarial real no trimestre:
farmacêutico, editorial e gráfico.
Até o final do ano, com a queda
dos juros e o crescimento das exportações, a CNI espera alguma
recuperação, mas não a ponto de
impedir que o salário real feche
1999 inferior ao do reveillon de 98.
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