São Paulo, Quarta-feira, 14 de Julho de 1999
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RENDA
Perdas se acentuam a cada mês com desemprego, acordos e inflação em alta
Salário real cai 2,7% na indústria

da Reportagem Local

Os salários dos trabalhadores na indústria de transformação do país estão menores. O salário médio apresenta queda média acumulada de 2,7% entre janeiro e abril passados, segundo dados da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgados ontem.
Descontada a inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o salário médio real emagreceu 1,4% no primeiro trimestre do ano, em relação ao mesmo período de 98.
A queda vem se acentuando a cada mês: -0,6% em janeiro, -1,2% em fevereiro e -2,4% em março sobre os mesmos meses de 98.
A explicação para o corte dos vencimentos do industriário, segundo a CNI, se compõe de aumento do desemprego e da inflação e de acordos de redução de jornada de trabalho e salários para preservar empregos.
O número de ocupados na indústria, segundo o IBGE, caiu 6% nos cinco primeiros meses de 99 sobre o mesmo período de 98. E o INPC, tomado como deflator dos salários, subiu 3,74% de janeiro a abril, pouco acima dos 3,88% acumulados em 12 meses inteiros.
A corrosão dos salários é generalizada. Entre os 21 setores industriais pesquisados, 16 tiveram queda em março, contra 9 em janeiro. As maiores perdas no primeiro trimestre ocorreram nos setores de couro, peles, vestuário, calçados e artefatos de tecido e bebidas. Apenas três setores tiveram ganho salarial real no trimestre: farmacêutico, editorial e gráfico.
Até o final do ano, com a queda dos juros e o crescimento das exportações, a CNI espera alguma recuperação, mas não a ponto de impedir que o salário real feche 1999 inferior ao do reveillon de 98.


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