São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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EM TRANSE

Sergio Amaral diz, após reunião da Camex, que equipe trabalha para ampliar os recursos para financiamento

Governo ainda estuda crédito à exportação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sergio Amaral (Desenvolvimento) informou ontem, após reunião da Camex (Câmara de Comércio Exterior), que o governo vai ampliar os recursos para financiar as exportações. Haverá reforço nas linhas de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e dos bancos privados, disse.
"O modelo ainda não foi definido e não há números concretos", disse o ministro, que iria se reunir em seguida com o presidente Fernando Henrique Cardoso.
A intenção do governo é usar parte das reservas internacionais para financiar empresas que estão tendo dificuldade em obter crédito no exterior. Pela idéia em estudo, o Banco Central repassaria esses recursos para os bancos e eles fariam os empréstimos para as empresas. A medida será anunciada nos próximos dias.
Além dos recursos das reservas internacionais, o governo vai usar recursos do BID (Banco InterAmericano de Desenvolvimento) para financiar as exportações. Como o empréstimo de US$ 1 bilhão já negociado ainda não foi aprovado pela diretoria do BID, a intenção é usar cerca de US$ 900 milhões já liberados pelo banco.
Inicialmente, esses recursos deveriam ser destinados a financiar projetos de pequenas e médias empresas. Mas, como considera prioritário nesse momento financiar as exportações, o governo quer usar o dinheiro que já tem disponível e, quando a diretoria do BID aprovar o empréstimo de US$ 1 bilhão, usar esses recursos para financiar as pequenas e médias empresas.
Os recursos do BID não poderão ser usados neste ano para cobrir o corte das linhas de crédito comerciais para exportação. A informação foi dada ontem pelo diretor financeiro do BNDES, Isac Zagury.
Segundo Zagury, o BNDES tentou antecipar para este ano o empréstimo de US$ 1 bilhão fechado recentemente com o BID para 2003, mas não teve sucesso. "O BID tem uma rotina de trabalho que impede a liberação de recursos no curto prazo", afirmou Zagury. "O BID é muito lento".
O diretor do BNDES também descarta a possibilidade de usar para financiamento à exportação empréstimos já aprovados pelo BID para este ano. "O dinheiro já está comprometido", diz Zagury.
Segundo ele, a única forma de o BNDES conseguir aumentar as linhas para o comércio exterior será através da obtenção de dinheiro novo. Ele afirmou que o banco está tentando várias opções para conseguir mais recursos.


Colaborou Guilherme Barros, do Painel S.A.

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