São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Ibovespa teve desvalorização de mais 2,87%, ontem; ações do setor bancário continuam em baixa

Bolsa acumula queda de 8,4% em 3 pregões

DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo terceiro pregão consecutivo, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa, ontem.
O Ibovespa, índice que reúne as 57 ações mais negociadas no mercado paulista, fechou com desvalorização de 2,87%. Desde sexta-feira, a Bolsa acumula queda de 8,4%.
O volume negociado foi de R$ 524,35 milhões. Um operador afirma que pode ser notado um fluxo de recursos internos para a Bolsa. Já o capital externo continua distante do mercado local.
O cenário externo teve, mais uma vez, influência sobre os negócios ontem. O anúncio da decisão do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), que optou por manter os juros dos Estados Unidos inalterados em 1,75%, decepcionou o mercado daquele país e, consequentemente, a Bovespa.
Havia a expectativa por um corte de até meio ponto percentual nas taxas dos EUA. O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York caiu 2,38% e a Bolsa eletrônica Nasdaq teve perda de 2,87%.
Circulou o boato entre as mesas de operação ontem que a assessoria do candidato Ciro Gomes (PPS) teria se reunido com membros do Merrill Lynch. O banco de investimentos teria ficado bem impressionado com os projetos que conheceu. Ciro, que tem bom desempenho nas pesquisas eleitorais, não agrada ao mercado. Ele é avaliado como dúbio e desconhecido.
Apesar da queda menor dos C-Bonds, títulos da dívida externa do país, que se desvalorizaram em 1,4% ontem, as ações do sistema bancário brasileiro continuaram a sofrer. Os papéis foram abalados pela redução de seus "ratings" por parte da agência de avaliação de risco Moody's. As ações preferenciais do Bradesco caíram 4,76% e as do Itaú se desvalorizaram em 3,65%. Os papéis ordinários da Petrobras, também rebaixada pela Moody's, tiveram a terceira maior queda do dia entre os papéis do Ibovespa. A desvalorização foi de 6,9%.
Com o mercado cambial um pouco mais calmo, as projeções para os juros futuros tiveram pequena baixa ontem.
Os contratos negociados para janeiro do ano que vem, os de maior liquidez, fecharam em 23,04%, contra 23,55%. As taxas para outubro caíram de 19,58% para 19,02%.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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