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AVIAÇÃO
Ele deve ser convidado para o conselho de administração; Roberto Giannetti da Fonseca é cotado para o lugar
Ozires Silva deve deixar presidência da Varig
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O economista Arnin Lore, ex-diretor do Banco Central, deverá assumir interinamente a presidência da Varig nos próximos dias, no lugar de Ozires Silva. O anúncio da mudança deverá ser feita na próxima quinta-feira, em
reunião do conselho de administração da Varig.
A decisão da troca de comando na Varig foi tomada ontem, durante reunião entre o comitê de credores da empresa e o conselho curador da Fundação Rubem
Berta, principal acionista da Varig. Segundo a Folha apurou, ficou acertado também na reunião que Ozires Silva será convidado a fazer parte do conselho de administração da Varig.
De acordo com o que a Folha apurou, Arnin Lore só será efetivado caso o economista Roberto
Giannetti da Fonseca, 52, ex-secretário executivo da Camex (Câmara de Comércio Exterior), não
aceite o convite feito a ele para
ocupar o cargo.
Giannetti confirmou à Folha
que foi convidado para assumir a
presidência da companhia aérea
tanto pelo conselho de curadores
da Varig como por membros do
comitê de credores. Ele disse que
está disposto a aceitar o convite.
"Não dá para imaginar o Brasil
sem a Varig", disse Giannetti.
Apesar de sua disposição em
aceitar o convite, Giannetti impôs
algumas exigências. Entre elas, a
de que haja um grande acerto entre credores, acionistas, funcionários e governo. Só nessas condições ele aceita pilotar a Varig.
Caso Giannetti da Fonseca não
aceite o convite, há grandes chances de Arnin Lore ser efetivado no
cargo. Lore é um nome que agrada tanto aos credores como ao
conselho curador da Fundação
Rubem Berta.
Lore tem grande experiência financeira e internacional. Ele já foi
diretor do Unibanco, um dos líderes do comitê de credores, do
Banco Central e da própria Varig.
Decisão
A decisão de mudar a presidência da Varig partiu principalmente do conselho curador da Fundação Rubem Berta, que detém o
poder sobre a companhia. A Fundação Rubem Berta detém 87%
do capital votante da empresa.
De acordo com o que a Folha
apurou, o maior desentendimento de Ozires Silva ocorreu com
Yutaka Imagawa, presidente da
Fundação Rubem Berta.
Até duas semanas atrás, Imagawa exercia a vice-presidência executiva da empresa, quando foi
afastado para facilitar a aprovação
no BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) do projeto de recapitalização da Varig. O comitê de credores ainda tentou manter Ozires
Silva no cargo, mas não teve sucesso.
Os pilotos da Varig têm encontro hoje com o presidente do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Eleazar de Carvalho, e representantes dos credores da companhia aérea. O objetivo dos trabalhadores é conseguir uma participação acionária na empresa e influenciar indiretamente na futura
gestão da empresa.
"Os pilotos da Varig têm créditos trabalhistas a receber de cerca
de R$ 2 bilhões. Podemos entrar
na Justiça para convertê-los em
ações ou fazer um acordo com os
credores e o BNDES", afirmou
Flávio Souza, presidente da Apvar
(Associação dos Pilotos da Varig).
O objetivo dos trabalhadores,
segundo Souza, é garantir uma
administração profissional na
companhia, sem a influência dos
atuais membros do conselho de
curadores da Fundação Rubem
Berta.
Colaborou LÁSZLÓ VARGA, da Reportagem Local
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