São Paulo, sábado, 14 de outubro de 2000

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PAINEL S/A

Balança comercial
Pela 52ª vez neste ano, todos os economistas estão refazendo as contas da balança comercial devido à escalada dos preços do petróleo. Os mais otimistas apostam num minguado superávit de US$ 280 milhões. A grande maioria já fala em déficits que podem chegar a até US$ 300 milhões.

Desmarcado
O clima entre Roberto Colaminno, presidente da Telecom Italia, e Daniel Dantas, do Opportunity, voltou a esquentar. Os dois tinham encontro marcado para segunda-feira, em Brasília, no gabinete de Pimenta da Veiga (Comunicações). Colaminno adiou para novembro.

Reforço
Andrea Calabi, ex-BB e ex-BNDES, é o novo reforço da Telecom Italia no Brasil. Ele terá um cargo parecido com o de consultor, mas seu papel será maior na empresa.

De olho
Humberto Pandolpho, recém-saído da Kaiser, é candidatíssimo à vaga de presidente de uma grande empresa de telecomunicações que se prepara para desembarcar no Brasil.

Comenda
FHC homenageia segunda-feira o economista Albert Fishlow com a Comenda da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. Antes, os dois almoçam no Palácio da Alvorada. Fishlow sempre foi um dos grandes entusiastas do governo, desde quando FHC era ministro da Fazenda.

Diversificação
Deu certo a estratégia de diversificação de embalagens da Panamco Brasil, maior fabricante de Coca-Cola no país, lançada no início do ano. A versão de 2,5 litros já responde por 3% das vendas da empresa. Graças ao resultado, a Panamco deve lançar, até meados de 2001, de três a cinco novas embalagens.

Turbulência no ar
O lançamento da Variglog (ex-Varig Cargo) tem provocado turbulências no mercado de encomendas expressas. Ela chegou para brigar diretamente com o Sedex (Correios), líder do mercado. O setor movimenta US$ 500 milhões por ano. A Variglog quer dominar o mercado em pouco tempo.

Mais turbulência
A Vaspex, segunda nesse mercado de encomendas expressas, já está praticamente fora do ar. Nesta semana, a norte-americana Pegasus Leasing transferiu para a Varig dois Boeing cargueiros alugados pela Vasp. Motivo: inadimplência. E mais de 300 franquias da Vaspex estão se transferindo para a Variglog.

O futuro é orgânico
A exportação do açúcar orgânico Native, da Usina São Francisco, cresceu impressionantes 750% de 97 até o ano passado. Impulsionados pelo temor aos transgênicos, os produtos orgânicos são o segmento que mais cresce no mercado mundial de alimentos. O setor irá movimentar US$ 20 bilhões neste ano nos EUA, Europa e Japão.

Um Nobel energético
James Heckman, um dos vencedores do Prêmio Nobel de Economia deste ano, não dorme. Levantamento feito com um grupo de pessoas que receberam seus e-mails mostra que ele trabalha continuamente. Ele manda e-mails a toda hora, seja às 4h ou às 16h. Será que ele já foi apresentado a José Serra?

E-mail -
guilherme.barros@uol.com.br

ANÁLISE
Reajuste de combustíveis e inflação
Se o governo tiver que aumentar o preço dos combustíveis devido à alta do petróleo, é melhor que seja agora. Neste ano, ainda há espaço para isso sem comprometer a meta de inflação. Se for deixar o reajuste dos combustíveis para 2001, quando a meta foi fixada em 4%, os riscos são muito maiores. A conclusão é do economista-chefe do BBVA Brasil, Octávio de Barros.
A cada 10% de aumento no preço dos combustíveis, o impacto sobre a inflação é de 0,5 ponto percentual. Assim, de acordo com o economista, se o governo conceder reajuste de 10%, a inflação neste ano ficaria em 6,6%, ainda dentro da meta estabelecida com o FMI. Já se deixar para o início de 2001, a meta de inflação pode ficar seriamente comprometida.

NO MERCADO
Com a volta das preocupações pela instabilidade nos preços internacionais do petróleo, o mercado passou a considerar descartada a hipótese de redução da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom. O viés também deve continuar como está.

FRASE
"Não será bom para a inflação começarmos 2001 com aumento dos combustíveis."

Octávio de Barros, economista

NÚMEROS
29%
É quanto cresceu o faturamento do mercado de cartões de crédito em setembro em relação a setembro de 99.

0,19%
Foi a alta da cesta básica paulistana do Procon/Dieese ontem, que passou de R$ 139,58 para R$ 139,84.



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