FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A volatilidade nos preços do petróleo deixou o mercado de câmbio nervoso. O dólar comercial subiu 0,64%, para fechar a R$ 1,874 (venda), a maior cotação desde dezembro do ano passado.
Na abertura dos negócios, pela manhã, o agravamento da crise no Oriente Médio iniciada anteontem -quando não houve negócios no Brasil devido ao feriado-, fez com que o dólar chegasse a ser cotado a R$ 1,884.
Na opinião de Paulo César Mora, da Safic, o mercado abriu em forte alta "para corrigir a quinta-feira", que foi muito tensa no mercado internacional.
"Como o mercado lá fora foi melhorando no decorrer do dia, tivemos certa recuperação."
O mercado de câmbio teve um dia atípico, ontem. Normalmente, uma sexta-feira espremida por um feriado costuma ser tranquila.
O impacto negativo que o aumento dos preços do petróleo pode ter nas contas externas do país é um dos motivos que forçaram a alta do dólar.
Com o petróleo subindo, o Brasil paga mais caro quando importa o produto e isso pode acabar sendo repassado para o preço dos combustíveis.
O aumento do petróleo também pode acabar provocando aumento nos preços de produtos fabricados nos Estados Unidos e Europa, locais de origem de fornecedores de empresas brasileiras.
Dessa forma, as companhias podem ter de gastar uma quantidade maior de dólares para importar esses produtos.

Próximos dias
O desenrolar da crise iniciada no Oriente Médio será fundamental para o mercado de câmbio na próxima semana.
"Dependemos das notícias do fim-de-semana em relação ao petróleo para vermos como o mercado vai abrir na segunda-feira", afirma Mora.
A recuperação das Bolsas norte-americanas e a queda nos preços do petróleo na tarde de ontem ajudaram a fazer com que o dólar fechasse abaixo do nível máximo alcançado pela manhã.
Operadores disseram que se o mercado tivesse funcionado normalmente na quinta-feira, o resultado poderia ter sido bem pior.
O dólar paralelo também refletiu as oscilações no preço do petróleo. A moeda terminou o dia cotada a R$ 2,01 para a venda.
Analistas acreditam que exportadores entraram no mercado para aproveitar o câmbio, o que teria forçado também a alta de ontem.


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